sexta-feira, 27 de junho de 2008

Maior cratera do Sistema Solar está em Marte

Por quase 30 anos, cientistas e astrônomos pesquisam e debatem em busca de respostas para um dos maiores enigmas do Sistema Solar: por que Marte tem duas faces? Foto:/AFP

Uma cratera na superfície de Marte, formada pelo impacto de um asteróide, seria a maior do Sistema Solar e remontaria à época em que a ocorrência de um fenômeno semelhante sobre a Terra resultou na formação da nossa Lua, segundo artigos publicados nesta quinta-feira pela revista britânica Nature.
A cratera tem uma forma elíptica de 10.000 km de extensão e fica na região de Tharsis, segundo os astrônomos americanos que escreveram os artigos.
O choque do asteróide explicaria, segundo eles, por que um dos hemisférios do planeta vermelho é mais baixo que o outro, com uma camada externa mais fina.Duas hipóteses explicariam o fenômeno: o impacto de um asteróide gigante ou de um cometa ou a convecção do manto em grande escala.
A equipe do professor Jeffrey Andrews-Hanna, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), usou um novo método de observação que lhe permitiu atualizar os dados referentes à cratera - que teria sido criada por um impacto oblíquo e seria quatro vezes maior do que a cratera considerada até então a maior do Sistema Solar.
Em um segundo artigo, uma equipe do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) calculou, graças a simulações em três dimensões, o ângulo do impacto (estimado entre 30 e 60 graus), energia e velocidade (6 a 10 km/h) do asteróide (que teria entre 1.600 e 2.700 km de diâmetro) para criar os relevos observados no solo marciano.
Finalmente, uma terceira equipe da Universidade da Califórnia em Santa Cruz construiu um modelo para estudar o comportamento da superfície do planeta após o impacto. Segundo os pesquisadores, uma colisão importante formaria uma cavidade comparável à observada, e modificaria o campo magnético do planeta, tal como aconteceu com Marte, e provocaria a formação de rachaduras. (Fonte: YahooNotícias)

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Cientistas descobrem três exoplanetas 'super-Terras' em torno de uma estrela

Três exoplanetas um pouco maiores do que a Terra, denominados "super-Terras", foram detectados em torno de uma mesma estrela por uma equipe de astrofísicos suíços e franceses que revelou sua descoberta nesta segunda-feira (16/06/2008), em Nantes (oeste da França).

A equipe do Observatório da Universidade de Genebra (Unige) apresentou três exoplanetas com massa 4,2, 6,7 e 9,4 vezes maior que a da Terra, gravitando em torno da estrela HD 40307, situada a 42 anos-luz do nosso planeta. "A estrela está muito próxima, é quase nossa vizinha", explicou Michel Mayor, astrônomo de Genebra e descobridor do primeiro exoplaneta em 1995.
Os astrônomos também anunciaram ter encontrado duas "super-terras" em torno de duas outras estrelas, sendo uma com 7,5 vezes a massa da Terra em torno de HD 181433.

Mais de 270 exoplanetas já foram registrados em torno de estrelas, mas eles eram até hoje, em sua maioria, grandes demais para serem comparados à Terra, do tamanho de Saturno ou de Júpiter.
As últimas "super-Terras" foram detectadas graças ao espectrógrafo HARPS, um instrumento de ponta concebido e construído no Observatório da Unige e instalado sobre um dos telescópios de La Silla, no Chile. Ele já permitiu a descoberta de 45 planetas de menos de 30 vezes a massa da Terra, indicaram os astrônomos nesta segunda-feira (16/06/2008).

"Sabemos atualmente que talvez quase todas as estrelas têm planetas que giram em torno delas. O que anunciamos nesta segunda-feira é que seguramente existem planetas muito pequenos, ou seja, quatro vezes menos a massa da Terra", explicou Michel Mayor.
"Em torno das estrelas, sem dúvida em um ou dois anos, descobriremos planetas habitáveis", assegurou Stephane Udry, outro membro da equipe da Universidade de Genebra. (Fonte: YahooNotícias)

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Missão de nave que deixou Sistema Solar em busca de ETs faz 25 anos

Em 13 de junho de 1983, a nave "Pioneer 10" abandonou o Sistema Solar em busca de seres de outros mundos para entregar a eles uma mensagem do Homem que povoa o pequeno planeta Terra.

A nave partiu a esse encontro às cegas no dia 2 de março de 1972 montada em um foguete Atlas-Centaur de três módulos que a colocou na órbita de Júpiter a mais de 51.850 km/h, a máquina mais veloz fabricada pelo homem até então.
Além dos instrumentos com os quais transmitiu informação sobre os planetas de nosso sistema, a "Pioneer 10" levava consigo uma placa de ouro que descreve o Homem, nossa aparência e a data do começo da missão.

O último contato de rádio com o Centro Glenn de Pesquisa da Nasa (agência espacial americana) que tinha o controle da missão ocorreu em 23 de janeiro de 2003.

Na ocasião, o mensageiro espacial do homem se encontrava a 12,160 bilhões de quilômetros da Terra, além do cinturão de asteróides, de Júpiter e de Plutão.
Segundo engenheiros da Nasa, as transmissões da "Pioneer 10" morreram devido ao esgotamento da fonte radioisotópica de energia da nave.
"Para nós, a missão terminou quando foram interrompidas as comunicações. Não sabemos nada da 'Pioneer 10', mas supomos que continuou sua viagem pelo cosmos na busca de seu destino final", disse um porta-voz do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, em inglês) da Nasa.

"Passou-se toda uma geração e quem tinha em mãos a missão, engenheiros e cientistas, já não estão conosco", acrescentou.
Entretanto, suas façanhas científicas estão longe de ficar no esquecimento e a "Pioneer 10" continua sendo considerada uma das grandes façanhas da exploração espacial dos Estados Unidos.
Em 15 de julho de 1972, a "Pioneer 10" ingressou no cinturão de asteróides, uma zona de mais de 288 milhões de quilômetros de largura e mais de 80 milhões de quilômetros de espessura.

O cinturão é povoado por milhões e milhões de corpos que vão desde partículas de pó estelar até massas de rochas de milhares de quilômetros de diâmetro.
Desta região a nave foi para Júpiter, planeta em frente do qual cruzou em 3 de dezembro de 1973.

A "Pioneer 10" foi a primeira nave espacial que fez observações diretas e transmitiu imagens em primeiro plano de Júpiter. Também enviou informação sobre seus cinturões de radiação, localizou seus campos magnéticos e constatou que esse planeta é gasoso.
Após seu encontro com Júpiter e passar além da órbita de Plutão, o "ex-planeta" mais distante do Sol, a "Pioneer 10" explorou os extramuros do Sistema Solar e estudou o vento do Sol e os raios cósmicos que invadem a parte da Via Láctea onde se encontra a Terra.
A nave continuou fornecendo informação sobre os extremos do Sistema Solar até que se deu oficialmente por concluída sua missão, em 31 de março de 1997.

"A 'Pioneer 10' foi uma pioneira no mais rígido sentido da palavra. Após deixar Marte para trás em sua viagem rumo às profundezas do espaço, entrou em lugares onde nunca tinha chegado algo construído pelo homem", disse então Colleen Hartman, diretora da Divisão de Prospecção do Sistema Solar na Nasa.

"A 'Pioneer 10' figura entre as missões mais históricas e mais ricas em prospecção científica empreendidas", acrescentou.
Para Larry Lasher, que dirigiu o projeto, a "Pioneer 10" cumpriu seus objetivos além do esperado.

"Originalmente designada como uma missão de 21 meses, a 'Pioneer 10' durou mais de 30 anos. Poderíamos dizer que valeu cada centavo gasto", manifestou.
Os cientistas admitem que não sabem o que aconteceu com a "Pioneer 10" nos últimos anos de uma viagem virtualmente eterna.

Caso não tenha acontecido nada, o mensageiro do homem no espaço interestelar deveria estar agora se deslocando em direção à estrela vermelha Aldebarã, no centro da constelação de Touro e vai demorar dois milhões de anos para chegar a seu destino final. (Fonte: Yahoo Notícias)

quinta-feira, 12 de junho de 2008

O novo mapa da nossa Galáxia...


Você é daqueles esquecidos que volta e meia perde um guarda chuva, esquece um casaco ou vive perdendo as chaves do carro? Não se lamente tanto, a Via Láctea também é assim, mas muito pior. Ela acaba de perder dois braços!

Hoje saiu o mais novo mapa da Galáxia com os dados do telescópio espacial Spitzer. Este era um dos principais projetos deste satélite que já está funcionando parcialmente depois de 5 anos de trabalhos.
Desde a década de 1950 os astrônomos tentam desenhar nossa galáxia. Imagine só o problema, ter de fazer um mapa da sua cidade sem poder olhar de cima e nem mesmo sem poder sair da sua casa. O máximo permitido seria olhar pela janela e tentar rabiscar como seriam as ruas, a distribuição de parques e prédios. O problema com a Via Láctea é o mesmo, visto da Terra, como desenhar o mapa da galáxia inteira?
Várias técnicas foram desenvolvidas para tentar suplantar este problema. Até hoje, as mais promissoras eram as técnicas de observação em rádio. Toda questão se resume em saber qual a distância dos aglomerados de estrelas, pois a direção é fácil, basta anotar a posição em que o telescópio está apontado. Pelo método rádio, a determinação da distância se baseia em muitas hipóteses combinadas e nem todas elas muito sólidas. Daí surgiu um mapa, repetido inúmeras vezes quando alguém quer mostrar como é nossa galáxia. Este mapa mostra uma galáxia espiral barrada (com uma barra de estrelas bem no centro) com quatro braços. Que a Via Láctea parece ser uma galáxia espiral barrada já é consenso, mas o número de braços ainda é assunto para discussão.
Agora com este mapa do Spitzer, que observou boa parte da nossa galáxia em comprimentos de onda no infravermelho nossa percepção da galáxia vai mudar. Baseado em um método de contagens de estrelas, ou seja, observando em uma dada direção um programa de computador analisa as posições em que há maior concentração de estrelas, duas equipes de astrônomos lideradas por Robert Benjamin perceberam que faltavam estrelas onde se pensava haver dois braços, conhecidos como braço de Norma e Sagitário. Olhando para o braço de Scutum-Centauro, notaram que o número de estrelas aumentava como esperado, ou seja, o programa foi capaz de detectar um braço onde ele existia. Se na direção de Sagitário e Norma não foram detectadas altas concentrações de estrelas, então não há mesmo um braço por lá.
Este resultado é bastante interessante e vai trazer uma nova discussão: o que nos induziu a pensar que existiam mais dois braços na Via Láctea? Observações erradas ou modelos incompletos? O fato é que eu estou em um grupo de pesquisa que vem estudando a forma de nossa galáxia e que já há alguns anos nós estamos notando discrepâncias entre distâncias obtidas via rádio e obtidas via infravermelho. Nosso palpite sempre foi que os modelos são, no mínimo, incompletos. Ainda precisamos analisar este mapa com cuidado, pois ele saiu hoje, mas parece que este é mais um ponto a nosso favor!
Fonte: Observatório

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