quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Satélite Gaia, que fará mapa da galáxia, é lançado com sucesso

Imagem é uma impressão artística do telescópio europeu Gaia. (Foto: AFP Photo/ESA/D. Ducros)
O satélite Gaia, um dos telescópios mais complexos da história da Europa, decolou nesta quinta-feira (19) com êxito do Centro Espacial Europeu de Kuru, na Guiana Francesa, a bordo de um foguete russo Soyuz. O lançamento foi feito às 7h12 de Brasília.
O "cartógrafo da galáxia" terá como missão fazer um atlas tridimensional da Via Láctea. A missão vai durar no total cinco anos, talvez seis, durante os quais o telescópio-satélite localizará um bilhão de estrelas, cada uma das quais será observada setenta vezes. Em mais de 99% delas, nunca se estabeleceu com precisão sua distância em relação à Terra.
O telescópio-satélite Gaia, construído em Toulouse, no sul da França, pela empresa Astrium por encomenda da Agência Espacial Europeia (ESA), deve se separar do estágio superior do foguete lançador após 41 minutos e 59 segundos de voo."Em menos de dois anos teremos um catálogo de todo o céu", antecipou François Mignard, encarregado da participação francesa no projeto Gaia. Trata-se do sexto foguete Soyuz lançado da Guiana Francesa, o segundo em 2013.
Gaia se posicionará a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, em um local privilegiado - o ponto de Lagrange 2 -, que tem como uma de suas vantagens possuir um entorno térmico estável, e descreverá uma órbita elíptica para evitar os eclipses do sol pela Terra.
O telescópio permitirá fazer um mapeamento tridimensional da Via Láctea, um atlas do céu, e também reconstruir a história da formação e evolução da nossa galáxia. Isto possibilitará aos astrofísicos fazer "arqueologia galáctica", segundo Mignard.
Gaia nos permitirá "compreender melhor qual é o nosso lugar no universo", resumiu Catherine Turon, membro do Observatório de Paris.
Posição das estrelas
O fundamental da missão Gaia consiste em determinar a posição e o movimento das estrelas, mas também sua distância, o parâmetro mais difícil de se obter, uma vez que a mais próxima se encontra a quase 40 bilhões de quilômetros.

Gaia dará continuidade à tradição europeia do mapeamento estelar, herança do astrônomo grego Hiparco, o primeiro que, a olho nu, mediu a posição de mil estrelas.
Em 1989, mais de 2 mil anos depois de Hiparco, a ESA lançou um satélite com seu nome, dedicado à astrometria, que deu as coordenadas celestes de cerca de 120 mil estrelas.
Gaia e seus dois telescópios são feitos de carbeto de silício (também denominado carborundum), cada um com três lentes retangulares curvas, cem vezes mais precisas do que as do satélite Hiparco. O dispositivo será capaz de distinguir estrelas com brilho 400 mil vezes mais fraco do que o olho humano pode perceber.
"É o telescópio espacial mais moderno já fabricado na Europa", informou a Astrium. Gaia também usará "um sensor fotográfico com precisão nunca equiparada", prosseguiu.
Para preservar a exatidão de suas medidas, o satélite será controlado da Terra por uma rede de telescópios, de tal forma que sua posição será determinada com um erro máximo de cem metros.
"O cartógrafo da galáxia" também terá como tarefa fazer o levantamento dos asteroides do Sistema Solar e, inclusive, descobrir novos exoplanetas.
Com Gaia, os astrônomos entrarão "no mundo do 'Big Data'", afirmou Véronique Valette, chefe do projeto Gaia na agência espacial francesa (CNES). A missão fornecerá mais de um petabyte (um quadrilhão de bytes) de dados para analisar, ou seja, a capacidade de 250 mil DVDs.
"O tratamento cotidiano (dos dados) será o desafio mais importante", acrescentou Mignard.
Seis centros, entre eles o do tratamento de dados do Centro Espacial de Toulouse, receberão este fluxo permanente e enorme de informação, inutilizável em seu estado bruto e que depois deverão interpretar para torná-la inteligível.
Para enfrentar este desafio, o CNES, que fará entre 35% e 40% do tratamento de dados da missão, equipou-se com computadores de uma potência de cálculo de até 6 trilhões de operações por segundo. [Fonte: G1]

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Nasa cria robô para resgates que pode ser o primeiro 'humanoide' em Marte

O robô "superherói" pode deixar a primeira pegada em Marte e ser utilizado em resgates na Terra
Foto: Reprodução
A agência espacial americana - Nasa - anunciou um robô humanoide de 1,87 metro que pode um dia ser usado para resgatar pessoas de prédios em chamas e é até cogitado para ser o primeiro a caminhar sobre solo marciano. O "R5" Valkyrie foi construído sob os mesmos conceitos do Robonaut, o astronauta robô, androide experimental que tem sido testado na Estação Espacial Internacional. A novidade é destinada a trabalhar dentro dos níveis de gravidade da Terra. As informações são da Fast Company.
O robô foi desenvolvido para poder andar com segurança sobre terrenos instáveis - o que o tornaria perfeito para cenários de destruição. O Valkyrie é coberto por materiais leves, e assim deve ser mais agradável ao toque de humanos do que uma máquina comum. Ele também conta com câmeras que podem ajudar seus operadores a estudar os arredores e encontrar sobreviventes de tragédias. O robô pode funcionar com a energia elétrica que recebe a partir de uma mochila recarregável. [Fonte: Terra]

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Projeto da Mars One para colonizar Marte ganha reforço de peso

O projeto de um empresário holandês para colonizar Marte ganhou um apoio de peso nesta terça-feira, com a entrada da gigante aeroespacial americana Lockheed Martin na iniciativa, embora o tempo para levar humanos ao planeta vermelho tenha sido atrasado em dois anos.
O diretor executivo da Mars One, Bas Lansdorp, afirmou que a Lockheed Martin produziria ao custo de US$ 250.000 um "estudo do conceito da missão" para uma sonda marciana não tripulada que precederia a missão tripulada, estimada em US$ 6 bilhões.
Enquanto isso, a empresa britânica Surrey Satellite Technology realizará um estudo similar, ao custo de EUR 60.000 euros (US$ 80.000), para desenvolver um satélite que permaneceria em órbita sobre a sonda e enviaria dados e imagens para a Terra.
Os planos são de que a sonda chegue a Marte em 2018. Mas no que diz respeito ao objetivo final de levar seres humanos a Marte, Lansdorp disse a jornalistas em Washington que "os primeiros humanos pousarão em 2025", dois anos depois do anunciado no início do ano. 
Os primeiros terráqueos-marcianos se unirão a cada dois anos a grupos adicionais de quatro ou mais novos astronautas, todos com viagem só de ida para a próxima fronteira espacial, afirmou.
Cerca de 200 mil pessoas já se candidataram para ir a Marte, disse Lansdorp, e no final deste ano elas saberão se passaram na primeira fase do processo seletivo.
A Lockheed Martin, que registrou um lucro de US$ 2,65 bilhões no ano fiscal de 2011, a maioria devido a contratos com o setor da Defesa, construiu a nave-robô Phoenix, da Nasa, que pousou em 2008 em Marte para buscar vestígios de água.
Além de fazer experimentos, incluindo a busca por formas possíveis de produzir água na superfície marciana, a sonda levará cartas de jovens da Terra para saudar os primeiros colonos de Marte, disse Lansdorp.
Ele estimou em US$ 6 bilhões o custo de levar os primeiros humanos a Marte, onde espera lançar o primeiro 'reality show' interplanetário da História, contando em que grande parte do financiamento venha de "patrocinadores e parceiros", como universidades com experimentos que esperam ser transportadas na missão.
O projeto enfrenta muito ceticismo, mas entre seus apoiadores está o Nobel holandês Gerard 't Hooft, ganhador do prêmio de Física em 1999, que aparece em um vídeo promovendo a Mars One no site de financiamento coletivo Indiegogo.
Até agora, as agências espaciais ao redor do mundo só conseguiram enviar sondas robóticas a Marte, sendo a última a Curiosity, da Nasa, estimada em US$ 2,5 bilhões, e que pousou no planeta vermelho em agosto de 2012.
Se for bem sucedida, a Mars One será a primeira iniciativa, tripulada ou não tripulada, a explorar outro planeta. [Fonte: Estado de Minas]

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Astrônomos capturam 28 neutrinos alienígenas

Base externa do IceCube, cujos sensores estão congelados entre 1.350 e 2.350 metros de profundidade. [Imagem: Felipe Pedreros/IceCube/NSF]

Pesquisadores detectaram 28 neutrinos de energia muito alta, o primeiro indício experimental de que neutrinos astrofísicos oriundos dos chamados aceleradores cósmicos realmente existem.
A descoberta está sendo aclamada como o início de uma nova era nas pesquisas de astrofísica: a "era da astronomia de neutrinos".
Os neutrinos de alta energia foram detectados pelo Observatório de Neutrinos IceCube, um tipo muito especial de telescópio instalado nas profundezas do gelo no Pólo Sul.
"O IceCube é um telescópio astrofísico maravilhoso e único. Ele está instalado nas profundezas do gelo da Antártida, entre 1,4 e 2,4 km de profundidade, mas olha para todo o Universo," disse Vladimir Papitashvili, membro da equipe.
Neutrinos
Bilhões de neutrinos passam através da Terra a cada segundo, mas a grande maioria se origina ou no Sol, devido ao seu processo termonuclear interno, ou na atmosfera da Terra, como um subproduto dos raios cósmicos que interagem com moléculas de ar e íons.
Muito mais raros são os neutrinos dos confins da Via Láctea, ou fora dela, que a teoria afirma que poderiam fornecer informações sobre os poderosos objetos cósmicos onde os raios cósmicos de alta energia provavelmente se originam: supernovas, buracos negros, pulsares, núcleos ativos de galáxias e outros fenômenos extragalácticos extremos.
Como elas raramente interagem com a matéria, acredita-se que essas partículas subatômicas quase sem massa possam transportar informações sobre o funcionamento desses fenômenos.
Até agora, os cientistas já haviam detectado neutrinos de baixa energia, que se originam na atmosfera da Terra, ou fora da Terra mas dentro do Sistema Solar, além dos neutrinos de uma supernova próxima, chamada 1987A.
Este é o sinal do neutrino de mais alta energia detectado - 1,14 PeV. Os cientistas batizaram-no de Ernie. [Imagem: IceCube Collaboration]
Neutrinos de alta energia
Os neutrinos observados pelo IceCube são diferentes.
Eles estão em um nível significativamente maior de energia, partindo dos 30 TeV e indo até mais de 1 PeV (peta-elétron-Volt).
Não se sabe ainda a origem desses neutrinos super-energéticos, embora os níveis de energia apontem para fenômenos da magnitude dos aceleradores cósmicos - lembre-se que só agora a "astronomia dos neutrinos" foi inaugurada.
Os 28 neutrinos de alta energia foram detectados de maio de 2010 a maio de 2012, mostrando a raridade dos fenômenos envolvidos.
"Agora que temos o detector completo, temos a sensibilidade [necessária] para ver esses eventos. Depois de ver centenas de milhares de neutrinos atmosféricos, nós finalmente encontramos algo diferente," comentou Francis Halzen, coordenador científico do IceCube. "Estávamos esperando por isso há muito tempo."
IceCube
O Observatório de Neutrinos IceCube é formado por 5.160 módulos ópticos digitais suspensos ao longo de 86 cordas, que foram todas enfiadas em buracos perfurados no gelo, compondo um detector de um quilômetro cúbico.
Outros 344 módulos compõem o IceTop, um detector complementar instalado na superfície, necessário para filtrar os eventos causados pela interação dos raios cósmicos com a atmosfera terrestre.
O observatório detecta neutrinos através de pequenos flashes de luz azul, chamada radiação Cherenkov, produzida quando os neutrinos interagem com o gelo. [Fonte: Inovação Tecnológica]
Bibliografia:

Evidence for High-Energy Extraterrestrial Neutrinos at the IceCube Detector
IceCube Collaboration
Science
Vol.: 342 no. 6161
DOI: 10.1126/science.1242856

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Nasa planeja cultivar vegetais na Lua em 2015















"Se as plantas sobreviverem, nós provavelmente também sobreviveremos”, 
disse a Nasa, em comunicado (Stockbyte)
A Nasa vai dar o primeiro passo para que, no futuro, o homem permaneça por períodos mais longos no espaço. Em 2015, a agência espacial americana vai enviar para a Lua uma pequena estufa, onde serão cultivadas sementes de nabo, agrião e manjericão.
"Se plantas sobreviverem, nós provavelmente também sobreviveremos", disse a Nasa, em comunicado. A Câmara Lunar de Crescimento de Plantas (Lunar Plant Growth Chamber, em inglês) será levada ao satélite de "carona" com a nave espacial que vencer o concurso Lunar X-Prize, do Google, em 2015.
Após o pouso, as sementes serão regadas com água e crescerão sobre um filtro de papel com nutrientes dissolvidos, dentro da câmara, durante cinco a dez dias. Serão cultivadas cem sementes de agrião, dez de manjericão e dez de nabo.
"Recém-germinadas, as plantas são tão sensíveis quanto o homem, ou mais, às condições ambientais", continuou o comunicado. "O material genético dos vegetais, tal qual o humano, pode ser danificado pela radiação."
Solo lunar – Nenhuma semente será cultivada diretamente no solo lunar, que carece de nutrientes necessários ao crescimento das plantas. Lá não existe, por exemplo, o material orgânico decomposto que enriquece o solo terrestre. Além disso, os níveis de radiação na Lua são muito mais intensos do que o da Terra, já que o satélite não possui uma atmosfera que detenha os raios mais danosos do Sol.
Na superfície da Lua as temperaturas variam, em um mesmo dia, de -173 graus Celsius a 100 graus Celsius, e o ciclo de luz e sombra que regula a fotossínteses está sujeito ao fato que o dia lunar tem duração de 28 dias terrestres.
Os brotos serão fotografados em intervalos regulares com resolução suficiente para comparar o crescimento dos vegetais lunares com plantas cultivadas na Terra, em condições parecidas.[Fonte: Veja OnLine]

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Cientistas Encontram Sinais de Água em Cinco Planetas

Duas equipes de cientistas encontraram pequenos sinais de água na atmosfera de cinco planetas distantes do nosso sistema solar. A descoberta foi feita a partir de dados coletados pelo Telescópio Espacial Hubble, da Nasa (agência espacial americana).
O artigo sobre a descoberta foi publicado no periódico científico Astrophysical Journal. Segundo uma nota divulgada pela Nasa, a presença de água na atmosfera de exoplanetas (planetas que orbitam estrelas fora do nosso sistema solar) já havia sido relatada antes. Mas este é o primeiro estudo que mediu e comparou os perfis e as intensidades desses sinais de água em vários mundos.
Os cinco planetas (WASP-17b, HD209458b, WASP-12b, 19b e WASP-XO-1b) orbitam estrelas próximas. Todos têm um perfil de Júpiter quente. Ou seja, são mundos enormes que orbitam perto de suas estrelas hospedeiras. Os pontos fortes de suas assinaturas de água variaram. HD209458b foi o que apresentou sinais mais fortes.
Avi Mandell, cientista da Nasa e principal autor do artigo,  afirmou que a equipe está confiante de que será possível identificar sinais de água em vários outros planetas. Para o pesquisador, o estudo abre as portas para descoberta de água na atmosfera de diferentes tipos de exoplanetas, sejam eles quentes ou frios.
Os estudos foram liderados por L. Drake Deming, da Universidade de Maryland. Ambas as equipes exploraram as atmosferas dos planetas com ajuda de câmeras do Hubble por meio de uma gama de comprimentos de ondas de infravermelhos. Segundo Deming, detectar a atmosfera de um exoplaneta é uma tarefa extremamente difícil. Mas as equipes foram capazes de captar sinais muito claros de água nas atmosferas dos planetas.[Fonte: Info.Abril]

sábado, 30 de novembro de 2013

Cometa do século teria resistido à aproximação com o Sol, dizem cientistas


Inicialmente declarado morto, Ison voltou a ter brilho, segundo imagens telescópicas
O cometa Ison, ou alguma parte dele, teria sobrevivido ao encontro com o Sol, afirmaram os cientistas.
O pedaço de rocha gigante de gelo e areia foi inicialmente declarado destruído quando não conseguiu emergir por detrás da estrela com o brilho esperado pelos astrônomos.
Mas imagens recentes indicaram um brilho do que seria um pequeno fragmento do cometa.Tudo que poderia ser visto nas imagens dos telescópios era uma leve mancha – seu núcleo e sua cauda pareciam destruídos.
Astrônomos admitiram surpresa e satisfação, mas agora se mantêm cautelosos de que algo possa acontecer nas próximas horas ou dias.
Se o cometa (ou o que sobrou dele) pode continuar a brilhar, ou simplesmente sumir de vez.
"Nós temos acompanhado esse cometa por um ano e todo o caminho tem nos surpreendido e confundido", disse o astrofísico Karl Battams, que lidera o projeto Sungrazing Comets na agência espacial americana, a Nasa.
A Agência Espacial Europeia também havia sido uma das primeiras organizações a sentenciar a morte de Ison, mas reavaliou a situação. Uma pequena parte do núcleo pode estar intacto, dizem especialistas.

Dúvida

Ainda não se sabe, entretanto, qual parcela da massa de gelo de 2 quilômetros sobreviveu.
Segundo especialistas, Ison teria sido seriamente afetado ao passar a 1,2 milhão de quilômetros acima da superfície do Sol, uma distância razoavelmente pequena considerando as dimensões espaciais.
Durante esse percurso, sua camada de gelo teria vaporizado rapidamente sob temperaturas acima de 2 mil graus Celsius. A imensa gravidade da estrela também teria impactado o pedaço de rocha.
Segundo a especialista Karl Battams, "nós gostaríamos de ter alguns dias apenas para olhar as imagens que vêm da aeronave espacial (de observação, pertencente à Nasa), e que nos permitirá avaliar o brilho do cometa que estamos vendo agora, e como esse brilho muda".
"Isso talvez nos dê uma ideia da composição desse objeto e o que acontecerá com ele nos próximos dias ou semanas".
Independente do que acontecer adiante, os cometas devem voltar a ter importância no próximo ano.
Daqui a praticamente um ano, o Cometa Siding Spring vai passar a uma distância de menos de 100 mil quilômetros de Marte. E, em novembro de 2014, a missão Rosetta, da Agência Espacial Europeia, tentará inserir uma sonda no núcleo do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.[Fonte: BBC Brasil]

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Cometa Ison atinge ponto máximo de aproximação do Sol

O cometa Ison poderá brilhar tão intensamente quanto a Lua Cheia quando passar no ponto mais próximo ao Sol de sua trajetória
Foto: NASA, ESA, Hubble Heritage Team / Divulgação

Os astrônomos esperam ansiosos pelo acontecimento celeste do ano: nesta quinta-feira, às 16h40 (horário de Brasília), o cometa Ison atinge o periélio, o ponto de sua trajetória mais próximo do Sol, a apenas 1,2 milhão de quilômetros. Essa distância é 125 vezes menor do que a entre a Terra e o astro.
O cometa terá que resistir a uma temperatura de quase 3 mil graus centígrados. Embora ele se desloque a uma velocidade de mais de 1 milhão de quilômetros por hora, no espaço reina o vácuo, portanto não haverá nenhum vento para refrescá-lo.
Nas horas antes e depois dessa passagem próxima, o Ison reluzirá tão forte que, mesmo no azul do céu diurno, ele poderá ser visto bem ao lado do Sol. Seja como for, alguns satélites que monitoram as imediações do centro do sistema solar estão de olho no Ison.
Segundo uma antiga norma entre astrônomos, os novos cometas recebem o nome de seus descobridores. Assim, "Ison" é acrônimo de International Scientific Optical Network, a rede internacional de telescópios a partir de cuja estação em Kislovodsk, Rússia, ele foi avistado, em setembro de 2012.
Mensageiro da geladeira cósmica
O Ison tem um diâmetro de cinco quilômetros, sendo composto principalmente de gelo, gases congelados e poeira. Por isso, os astrônomos costumam apelidar os cometas de "bolas de neve suja". Eles são os resquícios do processo de nascimento do sistema solar, há mais de 4 bilhões de anos – ou seja, as migalhas que sobraram quando o Sol, a Terra e os outros planetas se formaram.

Muito além da órbita do planeta mais extremo, Netuno, incontáveis desses blocos de gelo vagam em torno do Sol. Nessas regiões, o Sol não passa de um ponto claro como a lua cheia, e a temperatura é inferior a 200 graus negativos. De vez em quando, um cometa se extravia, penetrando no sistema solar interno (anterior ao cinturão de asteroides).
O Ison vai passar próximo ao Sol pela primeira vez nesta semana, e os cientistas estão entusiasmados pela possibilidade de observar material totalmente não contaminado, da época da formação do sistema solar.
Comportamento imprevisível
O calor do Sol vai praticamente "fritar" o cometa, causando a evaporação de muito gelo, que, por sua vez, arrastará grande quantidade de poeira. Gás e poeira formam a cauda do cometa, que se estende por milhões de quilômetros no cosmos.

Em meados de novembro, o Ison ficou subitamente mais claro. Provavelmente alguns fragmentos do seu núcleo se soltaram, liberando, assim, mais gás e poeira. O cientista Hermann Böhnhardt, do Instituto Max Planck para Pesquisa do Sistema Solar, em Katlenburg, na Baixa Saxônia, observou detalhadamente o Ison com um telescópio do Observatório Wendelstein, da Universidade de Munique. Ele descobriu duas estruturas em forma de asas na parte gasosa do cometa.

"Essas estruturas aparecem, tipicamente, depois que fragmentos isolados se desprendem do núcleo", relata. Mas, para os astrônomos amadores temerosos que o Ison se desintegrasse antes do grande espetáculo, Böhnhardt tem uma notícia tranquilizadora: "Nossos cálculos indicam que apenas um pedaço se desprendeu ou, no máximo, uns poucos destroços." [Fonte: Yahoo]

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

ISON: um cometa sem destino traçado


Fotografia do C/2012 S1, a 22 de Novembro de 2013, visto em Tenerife, nas Canárias
FRITZ HELMUT HEMMERICH

O céu não espera por nós, mesmo no nosso calmo sistema solar de meia-idade. Sem os olhos postos nas estrelas nocturnas, sem as fotografias diárias dos telescópios, o cometa C/2012 S1 poderia ter passado despercebido e desaparecer nos confins do nosso quintal cósmico, de onde é originário. Mas este pequeno agregado de gelo e poeiras foi descoberto a 21 de Setembro de 2012, pelos astrofísicos russos Vitali Nevski e Artyom Novichonok. Desde então, calculou-se a sua órbita, estimou-se o seu tamanho e especulou-se muito sobre o espectáculo que iria originar no céu. O cometa vai rasar o Sol, atingindo a sua aproximação máxima amanhã, mas pode desfazer-se em vários pedacinhos, diminuindo a probabilidade de ser observável a olho nu. É preciso esperar para ver.
“Muitos cometas têm uma órbita semelhante ao plano da eclíptica, o plano em que os planetas giram em redor do Sol”, explica ao PÚBLICO Rui Agostinho, director do Observatório Astronómico de Lisboa, e professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Estes cometas têm órbitas mais próximas, as suas viagens demoram em média 200 anos. Não é o caso do C/2012 S1. “Não está na família dos planetas jovianos. Está no grupo de cometas com períodos orbitais na ordem dos milhares de anos”, diz o astrónomo.

No caso de ISON, o nome informal que foi dado a este cometa por ter sido descoberto por uma equipa que pertencia à Rede Óptica Científica Internacional, com sede na Rússia (ISON, sigla em inglês), o seu período orbital terrestre é de quase 401 mil anos (400.903, para se ser mais exacto). “Quando ele voltar, se calhar a humanidade já nem existe”, repara Rui Agostinho.

O cometa pertence à nuvem de Oort, uma região na extremidade do sistema solar onde existem milhares de milhões de objectos congelados, a qualquer coisa como entre 50.000 e 100.000 unidades astronómicas (a unidade astronómica é a distância média entre o Sol e a Terra, que é cerca de 150 milhões de quilómetros).

A nuvem de Oort situa-se muito além da órbita de Neptuno ou da cintura de Kuiper, uma cintura de objectos transneptunianos onde se insere Plutão, e que está, por comparação, a apenas 50 unidades astronómicas. Mas os objectos que pertencem à nuvem de Oort ainda estão sob o poder gravítico do Sol, e por isso ainda pertencem ao nosso sistema solar. De vez em quando, um destes objectos salta da calma distante desta região e mergulha até ao centro do sistema solar. Com um pouco de sorte, os astrónomos, com a ajuda dos telescópios, encontram esse cometa. Foi o que aconteceu ao ISON. “É uma descoberta fortuita”, diz Rui Agostinho.

O núcleo de um cometa é uma amálgama de gelo e poeira, não muito consolidada, que pode ter formas estranhas como a de uma batata ou a de um amendoim. Normalmente, o núcleo não tem mais do que alguns quilómetros de diâmetro. As partículas desta poeira raramente atingem a proporção de grãos de areia, pois costumam ser tão pequenas como as partículas libertadas no fumo do tabaco. São feitas de silicatos, o material que resta da nébula original do sistema solar, que ficou aprisionado nestes pedaços de gelo. É, assim, idêntico ao material que ajudou a formar os planetas e as luas no começo da história do sistema solar e, por isso, um alvo interessante de estudo para os cientistas.

O núcleo do cometa ISON tem, estima-se, um diâmetro entre os 200 metros e os quatro quilómetros. Esta amplitude é inferida a partir da quantidade de material que está a libertar-se à volta do núcleo. Ao aproximar-se do Sol, o aumento da temperatura causa a sublimação do gelo, que passa directamente do estado sólido para o gasoso, criando uma nuvem em volta do núcleo chamada cabeleira. Esta cabeleira pode atingir 100.000 quilómetros de diâmetro, tornando possível a observação do cometa.

O fenómeno que produz a cauda é outro. “A cauda é a interacção da cabeleira com a luz solar, que empurra a poeira para longe”, explica Rui Agostinho. Os fotões, as partículas corpusculares que compõem a luz que atingem a Terra, empurram as partículas da cabeleira ao longo de milhões de quilómetros, produzindo a cauda que, ao contrário do que se possa pensar, não é um rasto deixado pelo cometa.

A sublimação contínua de gelo vai permitir a libertação de poeiras contidas no cometa. No caso do ISON, a sua trajectória é muito particular. Consiste numa órbita elíptica apertada, que se aproxima do centro do sistema solar por baixo do plano da eclíptica, depois aproxima-se do Sol e dá-lhe uma volta e regressa para os confins da nuvem de Oort. É quando está a regressar para a sua casa longínqua, alguns dias depois de ter “raspado” o Sol, que o cometa se torna visível à vista desarmada no hemisfério Norte. Mas a experiência de aproximação ao Sol pode correr mal.
 
Ou vai ou racha
Quando amanhã fizer a apertada curva ao Sol, atingindo o periélio, o cometa vai ficar a apenas 1,5 milhões de quilómetros da nossa estrela, o que é cerca de quatro vezes mais próximo do que está Mercúrio. E a força gravítica a que o cometa vai ser submetido durante a curva acelerada em redor do Sol pode ser de mais para este corpo. “O núcleo é composto por gelo que está sujo de poeira, não tem nenhuma cola que o segure”, explica Rui Agostinho. “Pode não aguentar e desagregar-se. A probabilidade disso acontecer é grande.”

No site da NASA que acompanha diariamente a situação do cometa, o postmais recente, de segunda-feira, alertava para uma diminuição acentuada da emissão de gases, substituída por um grande aumento da produção de pó. Nosite, defendia-se que isto podia ser um sinal de desintegração do cometa.


Rui Agostinho tem reservas. “Isto indica a tal estrutura muito amorfa. O núcleo do cometa não é uma estrutura homogénea de gelo e poeira.” Ou seja, pode haver uma região com mais poeira e menos gelo, originando estas leituras descritas no site. “Ninguém pode confirmar se o cometa se está a desintegrar, isso só pode ser observado por telescópio, quando forem vistos dois núcleos.”

Se o cometa se desintegrar, os resultados não serão muito famosos para o espectáculo que muitos desejavam. “A soma do brilho de cada pedacinho é menor do que o brilho do núcleo inteiro”, diz Rui Agostinho, explicando que, caso a desintegração aconteça, os minicometas que restarão e as suas respectivas caudas só poderão ser vistos ao telescópio.

Se tudo correr bem na visita do cometa ao Sol, há mais possibilidades de ser visível também em Portugal. Inicialmente, vistos a partir da Terra, o cometa e o Sol estarão demasiado próximos para se distinguirem. Mas de dia para dia, o ISON ficará cada vez mais distante do Sol, melhorando as observações.

O melhor período para ver o cometa será durante a primeira quinzena de Dezembro. Quem quiser fazê-lo terá de se levantar antes do nascer do sol e olhar para Leste, por cima do local onde o Sol irá aparecer. No início, estará muito perto do horizonte. Mas à medida que os dias passarem, o cometa surgirá cada vez mais alto no céu, ainda que com menos brilho, já que se afasta do calor do Sol. A 26 de Dezembro, passará mais perto da Terra, sem qualquer perigo de colisão.

Rui Agostinho não está muito crédulo em relação ao espectáculo que o cometa poderá proporcionar. “Para já, não estou muito entusiasmado. Com o telescópio, vê-se bem e os binóculos podem ajudar. O pior é se o cometa se transformar em fragmentos. Vamos ver.”

Resta assim esperar para ver o que o céu oferece, e tentar, numa das próximas madrugadas, apanhar ISON entre as estrelas. Depois, o cometa seguirá a sua viagem, para nunca mais ser visto pelos actuais habitantes da Terra. [Fonte: Público]

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Nasa registra viagem de "cometa do século" em direção ao Sol


O Observatório de Relações Terrestres e Solares (Stereo, na sigla em inglês), que monitora o Ison, o "cometa do século", registrou a movimentação do corpo celeste em seu trajeto em direção ao Sol durante os dias 20 e 22 de novembro. Na imagem, além da Terra e do planeta Mercúrio, o cometa Encke também pode ser visto em movimento no centro do cenário.
O Sol está fora do campo de visão da câmera, mas sua presença é notada pelo intenso fluxo de vento solar movendo-se pelo espaço a partir da direita.[Fonte: Yahoo]




Observatório da Nasa divulga imagens do Sol

Confira a Matéria Completa

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Cientistas identificam 'mais antigo pedaço de Marte' na Terra



Meteorito de origem marciana teria mais de 4 bilhões de anos

Foto: Luc Labenne / Divulgação
Uma rocha descoberta no deserto do Saara parece ser o meteorito de Marte mais antigo já descoberto, segundo cientistas. Pesquisas anteriores já sugeriam que a rocha tinha cerca de 2 bilhões de anos, mas novos exames realizados recentemente indicam que a rocha tem, na verdade, mais de 4 bilhões de anos. O meteorito negro e brilhante, apelidado de "Beleza Negra", teria se formado ainda na infância do planeta. 
"Esta (rocha) nos conta sobre uma das épocas mais importantes da história de Marte", afirmou o autor da pesquisa, Munir Humayan, professor da Universidade Estadual da Flórida (EUA). A pesquisa foi publicada na revista especializada Nature.

Firmado em dezembro de 2010, o acordo de participação do Brasil no Observatório Europeu do Sul (European Southern Observatory, ESO) foi celebrado pelos cientistas brasileiros. Contudo, Quase três anos depois, no entanto, o projeto, que custará aproximadamente R$ 1,1 bilhão ao longo de 11 anos, ainda espera aprovação do Legislativo. Veja a seguir algumas das instalações do ESO que os brasileiros podem ter aceso Foto: Matheus Pessel / Terra
Brasil pode concretizar acordo bilionário com observatório astronômico
Foto: Matheus Pessel / Terra

Rochas marcianas
Existem cerca de cem meteoritos marcianos na Terra. A quase maioria dessas rochas é bem mais jovem, datadas entre 150 milhões e 600 milhões de anos.

Elas teriam caído na Terra depois de um asteroide ou cometa ter se chocado contra Marte e desprendido as rochas, que viajaram pelo espaço até acabarem no nosso planeta.
A "Beleza Negra" é formada por cinco fragmentos. Um deles, o NWA 7034, foi examinado no passado e sua idade foi calculada em 2 bilhões de anos.

 Foto: ESO/L. Calçada / Divulgação
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Mas a pesquisa mais recente descobriu que outro pedaço, o NWA 7533, tem 4,4 bilhões de anos - o que sugere que o NWA 7034 também deva ter mais do que "apenas" 2 bilhões de anos.
A equipe afirmou que a rocha pode ter se formado quando Marte tinha apenas 100 milhões de anos de idade.
"É quase certo (que a rocha) veio das terras altas do sul, um terreno cheio de crateras que forma o hemisfério sul de Marte", disse Humayan.

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O período em que as rochas se formaram pode ter sido uma era de turbulência em Marte, com erupções de vulcões em quase toda a superfície do planeta.
"A crosta de Marte deve ter mudado muito rapidamente com o passar do tempo. Houve um grande episódio vulcânico em toda a superfície, que então formou uma crosta e, depois disso, a atividade vulcânica teve uma queda dramática", prosseguiu Humayan.
"Quando isso aconteceu, devia haver água na forma gasosa, dióxido de carbono, nitrogênio e outros gases para produzir uma atmosfera primordial, além de um oceano primordial. É um período de tempo muito empolgante - se houve vida em Marte, a origem seria neste período em particular", acrescentou o cientista.

Humayan afirmou que sua equipe agora planeja nalisar a rocha para procurar sinais de algum tipo de vida marciana. Mas, segundo o professor, enquanto a rocha permaneceu no deserto do Saara, pode ter sido contaminada por organismos vivos da Terra.
Mistura
O professor Carl Agee, da Universidade do Novo México, foi o cientista que, na análise anterior, que concluiu que a rocha NWA 7034 tinha 2 bilhões de anos de idade. Ele descreveu a pesquisa mais recente como animadora.

Agee afirmou que a diferença entre as idades das rochas pode ter ocorrido pois o meteorito tem uma mistura de componentes, e a equipe dele agora também está encontrando partes da rocha que têm cerca de 4,4 bilhões de anos.
"Definitivamente há um componente antigo na rocha, mas acreditamos que pode haver uma mistura de eras", afirmou. O cientista explicou que o impacto de um cometa ou asteroide, uma erupção vulcânica ou algum outro evento que ocorreu há cerca de 1,5 bilhão de anos pode ter acrescentado materiais mais novos à crosta original.
"(A rocha) consiste de pelo menos seis tipos diferentes de rocha. Vemos diferentes rochas ígneas, tipos diferentes de rocha sedimentar, é um meteorito muito complexo. Este meteorito continua revelando seus segredos, estamos muito animados com isso."

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