quarta-feira, 25 de junho de 2014

Astrônomos detectam sinal misterioso no universo

Um grupo de astrônomos detectou um sinal misterioso a 240 milhões de anos-luz de distância da Terra no aglomerado Perseus, um dos objetos de maior massa no Universo. Se a teoria dos cientistas for confirmada, esta pode ser a primeira detecção de matéria escura.
Os cientistas ainda não sabem qual é a origem do sinal de raios-X. Mas uma das teorias levanta a hipótese de que ele tenha surgido por causa de uma partícula subatômica chamada neutrino estéril, que pode estar relacionado com a matéria escura.
Esse tipo de matéria é invisível, não emite nem absorve a luz. No entanto, pode ser detectado por meio de sua influência gravitacional sobre os movimentos e aparência de outros objetos, como estrelas ou galáxias. Por causa dessas evidências, os astrônomos acreditam que ela é o tipo dominante de matéria no universo.
Aglomerados como Perseus são os maiores conjuntos de matéria cósmica. Eles contêm galáxias e uma grande quantidade de gás quente preenchendo o espaço entre elas. Todo esse material é unido pela gravidade. Mas a influência gravitacional desses agregados mostra que as galáxias e o gás representam apenas um quinto da massa total. O resto é, provavelmente, matéria escura.
O gás encontrado nesses aglomerados é, principalmente, hidrogênio. Em mais de 10 milhões de graus Celsius, ele é quente o suficiente para emitir raios-X. Mas as observações feitas por telescópios espaciais detectaram um comprimento de onda diferente. Os cientistas envolvidos com as observações imaginam que o evento foi causado por neutrinos estéreis, que são pensados ​​para interagir com a matéria comum pela gravidade.
Esta, portanto, pode ser a primeira detecção de matéria escura. Agora, os cientistas vão trabalhar em busca de confirmação desta teoria. Se for aprovada, será um grande avanço na ciência, pois até agora ninguém foi capaz de detectar diretamente a matéria escura, apesar de ela constituir 85% de toda a matéria no Universo.[Fonte: Info] 
Aglomerado de galáxias Perseus
(Crédito da foto: NASA/CXC/SAO/E.Bulbul, et al.)

Descoberta estrela que pode ser diamante do tamanho da Terra

Os astrônomos estão empolgados com a descoberta de uma estrela de diamante do tamanho da Terra. Um artigo sobre a descoberta foi publicado na revista Astrophysical Journal.
A estrela em questão é a anã branca mais fria e com o brilho mais fraco já identificada. Esse tipo de estrela costuma ter o tamanho da Terra e está em seu estágio final. Perto da morte, elas esfriam e desaparecem, em um processo que pode demorar bilhões de anos.Como é extremamente fria e é formada de carbono e oxigênio, os astrônomos acreditam que o carbono foi cristalizado, formando um diamante gigante. Essa estrela está no sistema binário PSR J2222-0137 composto por ela e por um pulsar, ou seja, uma estrela de nêutrons extremamente densa que gira em altíssima velocidade.
Os astrônomos descobriram esse diamante gigante a partir de observações feitas em instrumentos do Observatório Nacional de Radioastronomia (NRAO) e em outros observatórios.
Primeiro, eles identificaram um pulsar. Ele girava 30 vezes por segundo e estava gravitacionalmente ligado a um segundo corpo celeste, a anã branca. Cálculos determinaram a distância do sistema em relação ao planeta Terra, que é de 900 anos-luz.
Os cálculos dos cientistas também indicam que o pulsar tem uma massa 1,2 vez maior que a do Sol. Já a estrela de diamante tem uma massa 1,05 vez maior do que a do Sol, condensada em um diâmetro parecido com o da Terra.
Segundo os pesquisadores, outras estrelas desse tipo já foram identificadas no universo. Mas sua detecção é extremamente rara, pois elas têm um brilho muito fraco. Por serem comuns, resta a esperança de que uma dessas estrelas seja encontrada mais perto da Terra para que seja possível precisar se realmente são feitas de diamante.

domingo, 15 de junho de 2014

Sistema Solar pode ter mais dois planetas gigantes


Sistema Solar pode ter mais dois planetas gigantes

Este diagrama dá uma ideia das distâncias envolvidas, sugerindo porque o Planeta X e seu irmão Planeta Y nunca foram observados: estando o Sol no centro, os círculos concêntricos em roxo mostram as órbitas dos quatro planetas gigantes Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. O pontilhado é o Cinturão de Kuiper, onde está Plutão. Em laranja está a órbita de Sedna (UB313) e, em vermelho, a órbita do planeta-anão VP113. Os dois planetas hipotéticos estarão ainda mais distantes. [Imagem: Scott Sheppard/Chad Trujillo]










Há tempos a NASA procura por um hipotético Planeta X além das chamadas "fronteiras do Sistema Solar", em busca de uma explicação para um padrão muito regular observado na queda de cometas na Terra.
Os primeiros indícios da existência de mais um planeta gigante no Sistema Solar foram anunciados há pouco mais de um mês, juntamente com a descoberta do planeta-anão 2012 VP113.
O VP113 e uma série de outros corpos menores além de Plutão apresentam órbitas estranhamente alinhadas, o que sugere a existência de um grande planeta cuja atração gravitacional estabelece essa "organização".
Agora, dois irmãos astrônomos encontraram indícios que o próprio Planeta X pode também ter um irmão, um Planeta Y.
Carlos e Raul de la Fuente, da Universidade Complutense de Madri, resolveram estudar melhor esses distantes corpos celestes, que só agora começam a se revelar graças à melhoria nos equipamentos de observação - eles são pequenos, frios e escuros demais para os telescópios anteriores.
Além de confirmar que algo interfere no alinhamento orbital do planeta-anão VP113 e todos os seus vizinhos situados a mais de 30 ua (unidades astronômicas), os dois astrônomos verificaram padrões orbitais adicionais que, segundo eles, só podem ser explicados pela presença de "pelo menos dois planetas trans-plutonianos".
Ressonância orbital
O "efeito manada" verificado pelos dois astrônomos parece estar associado a um planeta ainda desconhecido, que estaria orbitando o Sol 200 vezes mais longe do que a Terra (200 ua).
Segundo as simulações rodadas pelos dois astrônomos, os corpos celestes observados não possuem massa suficiente para criar uma interferência mútua, e suas rotas só podem ser explicadas através do "mecanismo Kozai", que explica a perturbação na órbita de um corpo celeste por outro corpo celeste distante.
O mecanismo Kozai, ou ressonância de Kozai, é um tipo especial de ressonância orbital, uma influência orbital entre corpos como a que existe entre Netuno e Plutão ou entre algumas luas de Júpiter - Netuno e Plutão têm uma ressonância 2:3, significando que, para cada duas órbitas de Plutão ao redor do Sol, Netuno completa três.
Como não é comum que um grande planeta orbite tão próximo a outros corpos celestes a menos que esteja dinamicamente atrelado a outro através da ressonância orbital, os astrônomos sugerem que seu hipotético planeta está em ressonância com um outro planeta gigante a cerca de 250 ua - exatamente onde a equipe anterior sugeriu que estaria o Planeta X associado com o VP113.
Assim, existiriam não apenas um, mas dois Planetas X - ou um Planeta X a 200 ua, e um Planeta Y a 250 ua.
Novos Horizontes
Agora só falta observar diretamente os novos planetas - ou encontrar outras explicações para os estranhos comportamentos orbitais no Cinturão de Kuiper.
Contudo, mesmo com a melhoria dos telescópios, que está permitindo estudar essas regiões distantes do Sistema Solar, os astrônomos estimam que será uma tarefa árdua identificar dois frios e escuros planetas a distâncias tão grandes.
Na atualidade, a grande esperança, sugerida por eles, está nas lentes da sonda espacial Novos Horizontes, que chegará a Plutão no ano que vem.[Fonte: Inovação Tecnológica]
Bibliografia:

Extreme trans-Neptunian objects and the Kozai mechanism: signaling the presence of trans-Plutonian planets?
Carlos de la Fuente Marcos, Raul de la Fuente Marcos
arXiv
http://arxiv.org/abs/1406.0715

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Astrônomos brasileiros desenvolvem novo modelo da formação de Marte

Estudo internacional liderado por pesquisadores da Unesp de Guaratinguetá analisa a densidade da nuvem que formou o Sistema Solar para explicar o tamanho do planeta vermelho (Nasa)
Os modelos de formação dos planetas rochosos do Sistema Solar desenvolvidos nas últimas duas décadas têm sido bem-sucedidos na explicação da origem de Vênus e da Terra – com tamanho similar – e de Mercúrio, que tem apenas 5% da massa da Terra.

As simulações computacionais de alta resolução, no entanto, ainda não permitiram explicar como Marte se formou nem por que o planeta tem apenas 10% da massa da Terra.
Segundo os pesquisadores, a questão é intrigante, já que os quatro planetas são constituídos pelos mesmos embriões planetários – corpos celestes com dimensões similares aos planetas atuais – que se fundiram ao longo de dezenas de milhões de anos.
Uma equipe internacional de astrônomos – formada por pesquisadores do Brasil, dos Estados Unidos, da Alemanha e da França e liderada pelo Grupo de Dinâmica Orbital & Planetologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no campus de Guaratinguetá – realizou recentemente uma série de simulações demostrando que o tamanho de Marte pode estar relacionado à densidade da nebulosa protossolar – a nuvem de gás e poeira que deu origem ao Sistema Solar – na região orbital do planeta.
Resultado do Projeto Temático “Dinâmica orbital de pequenos corpos”, realizado com apoio da FAPESP, o estudo foi descrito em um artigo publicado em fevereiro no The Astrophysical Journal, da American Astronomical Society.
O trabalho foi destacado por John Chambers, pesquisador do Departamento de Magnetismo Terrestre da Carnegie Institution for Science, dos Estados Unidos, em um artigo publicado na edição de maio da revista Science.
“A maioria das simulações de formação dos planetas terrestres do Sistema Solar não consegue gerar um objeto do tamanho e na órbita de Marte, que está a 1,5 unidade astronômica [UA, equivalente a aproximadamente 150 milhões de quilômetros] de distância do Sol”, disse Othon Cabo Winter, pesquisador do Grupo de Dinâmica Orbital & Planetologia e coordenador do projeto, à Agência FAPESP.
“Esses modelos geram um corpo na órbita de Marte com tamanho equivalente mais ou menos ao da Terra, o que é muito grande”, disse o pesquisador, coautor do artigo ao lado de André Izidoro, que atualmente realiza pós-doutorado no Observatoire de la Côte d'Azur (OLCD) em Nice, na França.
Grand Tack
De acordo com Winter, um dos modelos já propostos para tentar explicar a formação de Marte é o chamado “Grand Tack”, desenvolvido por pesquisadores do OLCD.
O modelo presume que na formação do Sistema Solar, há 4,5 bilhões de anos, a órbita de Júpiter – o planeta gigante mais próximo de Marte – migrou de sua atual posição, em 5 UAs do Sol, para perto da órbita do planeta vermelho, a 2 UAs do Sol.
Ao se aproximar da órbita de Marte, Júpiter teria cruzado o cinturão de asteroides e varrido a maioria dos embriões planetesimais (corpos sólidos feitos de poeira cósmica e gelo, semelhantes aos asteroides e cometas) e planetários situados no cinturão ou próximos da órbita do planeta vermelho para mais perto do Sol.
Por isso, a massa de Marte e do cinturão de asteroides foi reduzida e o material planetesimal e planetário acabou participando da formação da Terra e de Vênus, estima o modelo Grand Tack.
Por causa das interações gravitacionais com a nebulosa solar e com Saturno, contudo, Júpiter teria retornado à sua órbita atual. “Esse modelo é válido, mas bastante questionável porque é muito improvável que isso realmente tenha acontecido”, disse Winter.
Modelo alternativo
Para desenvolver um modelo alternativo ao Grand Tack, os pesquisadores brasileiros, em cooperação com colegas do OLCD, além do Instituto de Astrobiologia da agência espacial norte-americana (Nasa) e do Instituto de Astronomia e Astrofísica da University of Tübingen, na Alemanha, realizaram uma série de simulações do fluxo de gás e poeira dentro da nebulosa protossolar durante a sua formação.
As simulações sugerem que o material fluiu em direção ao Sol, movendo-se a velocidades diversas, em diferentes distâncias da estrela. Na região entre 1 e 3 UAs do Sol, a nebulosa protossolar pode ter sofrido perda ou redução (depleção) de matéria equivalente a entre 50% e 75% de sua densidade.
A perda desse volume de “blocos de construção planetários” pela nebulosa protossolar nessa região, próxima da órbita de Marte, teria causado a redução da massa final de Marte e o crescimento da Terra e de Vênus, supõe o modelo.
“Estudamos diversos parâmetros e concluímos que, se houve uma depleção de matéria entre 50% e 75% da nebulosa protossolar na região entre 1 e 3 UAs, há mais de 50% de chance de ter sido formado um planeta com massa similar na atual órbita de Marte, além da Terra, de Vênus e alguns poucos objetos no cinturão de asteroides”, disse Winter.
“O modelo é bem completo, porque abrange não só o problema da formação de Marte, mas mantém e consegue gerar os outros planetas terrestres com suas massas e atuais órbitas”, avaliou.
Possíveis contribuições
Na avaliação de Winter, o novo modelo fechou uma lacuna que havia no modelo de formação do Sistema Solar, indicando que o perfil de densidade de massa da nuvem protossolar não era uniforme e sofreu depleções. “Esse dado pode ter implicações em estudos para tentar explicar a formação do cinturão de asteroides, por exemplo”, indicou.
O modelo também poderá contribuir em pesquisas na área de astrobiologia – área do conhecimento na interface entre astronomia, biologia, química, geologia e ciências atmosféricas, entre outras disciplinas –, relacionadas a objetos vindos de Marte em direção à Terra, além de estudos de planetas extrassolares, afirmou.
“Os objetos e planetas extrassolares já descobertos atingiram a casa do milhar e têm uma distribuição muito variada e diferente dos corpos do Sistema Solar”, disse Winter. “O modelo que desenvolvemos pode auxiliar a entender como eles foram formados.”
Agência Fapesp



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segunda-feira, 2 de junho de 2014

Descoberto novo tipo de planeta de composição rochosa onde pode existir vida

O Kepler-10c, considerado uma megaterra. (Foto: Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics/David Aguilar)
Concepção artística mostra o sistema Kepler-10, que integra dois planetas rochosos; em primeiro plano, o Kepler-10c, considerado uma megaterra; no fundo, o planeta Kepler-10b.
A descoberta de um planeta rochoso pesando 17 vezes mais do que a Terra surpreendeu os astrônomos. Até então, pensava-se que a força gravitacional de um planeta tão robusto atrairia um envelope de gás durante sua formação, transformando-o em um gigante gasoso, como Júpiter ou Netuno

Uma equipe internacional de astrônomos liderados pela Universidade de Genebra descobriu a existência de um novo tipo de planeta, de composição rochosa e com uma massa 17 vezes maior que a Terra, informou nesta segunda-feira a instituição.


A característica rochosa deste planeta, batizado de "Kepler-10c" em homenagem ao nome do satélite que o detectou pela primeira vez, indica a possibilidade de existência de vida, segundo afirmou em um comunicado o cientista Stéphane Udry, coautor do estudo.
O novo planeta se situa a cerca de 560 anos-luz da Terra, o que significa que está um pouco mais longe do que o "Kepler-186f", que foi o primeiro planeta descoberto fora do sistema solar, há cerca de dois meses, com um tamanho comparável ao da Terra e no qual se acredita que pode existir água em estado líquido.
O planeta "Kepler-10c" dá uma volta ao redor de uma estrela similar ao sol em 45 dias e se encontra na direção da constelação de Dragão.
Calcula-se que sua idade é de 11 bilhões de anos, ou seja, três bilhões de anos depois do "Big-Bang", época na qual existiam poucos elementos químicos necessários para a criação de grandes planetas rochosos, como o silício e o ferro.
A descoberta é também uma prova que houve planetas de tipo terrestre que se formaram muito cedo na história do universo e que, portanto, os astrônomos não devem negligenciar em seus estudos as estrelas mais antigas em sua busca de planetas habitáveis. EFE/Yahoo.

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