terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Descarga de um Buraco Negro

Imagem obtida no dia 17 de dezembro de 2007 da NASA mostra a descarga de um buraco negro no centro de uma galáxia golpeando a beirada de uma outra galáxia. Esta é a primeira vez que tal interação foi encontrada.

Nasa-Esa: Composição de imagens mostra as duas galáxias, em vermelho, e o jato defletido, em azul

Buraco negro dispara raio da morte contra galáxia vizinha:
Qualquer planeta com vida que estivesse no caminho do jato acabaria sendo esterilizado, diz cientista.

O mais recente ato de violência irracional capturado por uma câmera tem caráter cósmico: um buraco negro em uma "galáxia estrela da morte", emitindo um jato letal de energia e radiação sobre uma galáxia vizinha.

Uma frota de telescópio,s em terra e no espaço, capturou as imagens dessa violência cósmica, que é testemunhada por olhos humanos pela primeira vez, de acordo com análise divulgada pela Nasa na segunda-feira, 17.

"É como um valentão, um buraco negro acertando um soco no nariz de uma galáxia errante", disse o astrofísico Neil deGrasse Tyson, diretor do planetário Hayden de Nova York, que não tomou parte na pesquisa.

Esse soco pode muito bem ser um golpe mortal.
As imagens de telescópio mostram a galáxia agressora emitindo um feixe de partículas letais na direção da porção inferior da galáxia atingida, que tem cerca de 10% do tamanho da fonte do raios.

Ambas estão a cerca de 8 bilhões de trilhões de quilômetros da Terra, girando uma em torno da outra.

A galáxia maior tem um nome científico de vários dígitos, mas foi apelidada de "galáxia estrela da morte" por um dos pesquisadores que descobriram o ataque cósmico, Daniel Evans, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian.

Dezenas de milhões de estrelas, incluindo aquelas com planetas, provavelmente estão na rota dos raios da morte, disse o co-autor do trabalho, o britânico Martin Hardcastle, da Universidade de Hertfordshire.

Se um planeta como a Terra estiver no caminho do jato, as partículas de alta energia e a radiação arrancariam a atmosfera desse mundo em questão de meses, disse Evans. Quanto à vida que pudesse existir, seria "esterilizada", diz Tyson.

A boa notícia é que a pressão gerada pelo feixe de partículas acabará comprimindo o gás que existe na galáxia atingida. Nos próximos milhões ou bilhões de anos, esse processo levará ao surgimento de novas estrelas. (Fonte: Estadão.com)

Descarga de um Buraco Negro

Imagem obtida no dia 17 de dezembro de 2007 da NASA mostra a descarga de um buraco negro no centro de uma galáxia golpeando a beirada de uma outra galáxia. Esta é a primeira vez que tal interação foi encontrada.


segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Sonda obtém fotos inéditas de nuvens misteriosas


Imagens das nuvens mais altas e mais misteriosas da Terra foram capturadas por uma sonda da Nasa.


Visíveis apenas durante a noite, as nuvens noctilucentes se formam cerca de 80 quilômetros acima da superfície.
Elas fascinam e confundem os especialistas, que não conseguem explicar sua existência em regiões onde a umidade é mínima.
A sonda AIM acaba de enviar as primeiras imagens globais do fenômeno, que parece estar aumentando em freqüência e extensão.
Segundo os cientistas, suas observações mostram que as nuvens se alteram rapidamente, de hora em hora e diariamente.
Eles esperam que novos estudos revelem que fatores desencadeiam a formação das nuvens e por que esses fatores parecem estar sofrendo alterações de longo prazo.
Nuvens Mais Altas
"Essas nuvens estão ficando mais brilhantes com o tempo, são vistas com mais freqüência e também estão sendo vistas em latitudes mais baixas", disse James Russell, da Hampton University, no Estado da Virginia, Estados Unidos.
"São coisas que não entendemos e que indicam uma possível conexão com mudanças globais", disse Russell à BBC. "Precisamos entender esta conexão e o que ela significa para a atmosfera como um todo".
Russell fez suas declarações durante um congresso da American Geophysical Union, em San Francisco, nos Estados Unidos.
Ele é o principal investigador da missão AIM, uma sonda de 195 quilos lançada em abril desse ano.
Posicionada 600 quilômetros acima da superfície da Terra, a sonda está no lugar ideal para estudar as nuvens noctilucentes.


Nuvens Noctilucentes:
As mudanças em freqüência e brilho vêm sendo observadas por satélites nos últimos 30 anos.
As nuvens são visíveis durante o verão em latitudes altas - entre 50 e 65 graus ao norte e ao sul.
Recentemente, têm sido avistadas em latitudes tão baixas como 40 graus norte e tornaram-se um alvo popular para fotógrafos amadores.
Um estudo sugeriu que a água que sai de exaustores de ônibus espaciais poderia estar contribuindo para as alterações -e a sonda AIM vai investigar essa teoria.


Elas se formam em grandes altitudes durante os meses de verão em um ambiente de temperatura extremamente baixa (-160ºC), baixíssima umidade (cem mil vezes mais seco do que o deserto do Saara) e baixíssima pressão (cem mil vezes menor do que a pressão na superfície da Terra).

Russell disse que os três instrumentos da sonda AIM mostram as nuvens sob uma perspectiva completamente nova.
Ele disse que os cientistas nunca tínham visto uma foto de toda a região polar antes.
Agora, não apenas possuem essas imagens, mas podem observar as nuvens todos os dias.
"Ver essas nuvens diariamente já é em si uma revelação - podemos ver como variam todos os dias, de órbita em órbita", disse Russell.
A partir das imagens enviadas pela sonda AIM, fica claro que a região onde as nuvens se formam parece se deslocar em torno do Ártico em perídos de cinco dias.
A rotação em longitude coincide com variações de temperatura observadas.
"O interessante é que a magnitude das variações de temperatura é de apenas cinco graus Fahrenheit (equivalente a uma variação de 3º Celsius)", disse Scott Bailey, outro pesquisador da missão AIM, trabalhando no Virginia Polytechnic Institute and State University.
"Então, uma mudança muito pequena na temperatura leva a mudanças dramáticas no comportamento das nuvens. Concluímos a partir disso que essas nuvens são um medidor muito sensível de mudanças na temperatura", explicou.
Nuvens noctilucentes precisam de temperaturas baixas, vapor de água e pequenas partículas de poeira em torno das quais a água pode se condensar e se congelar, formando cristais de gelo.
Alguma coisa deve estar alterando esta "receita" para mudar o comportamento das nuvens nos últimos anos.
A equipe da missão AIM disse estar confiante de que a sonda vai permitir um maior entendimento dos fatores em jogo. (Fonte: BBCBrasil)

Anéis de Saturno podem ser mais antigos que se pensava

Novos dados astronômicos indicam que os anéis de Saturnos podem ser muito mais antigos do que os cientistas pensavam.


Dados captados pela sonda Cassini indicam que as finas linhas de partículas que compõem os anéis já existiam há três bilhões de anos e que provavelmente ainda vão existir por muito mais anos.
A revelação também pode significar que a vista do planeta com seus anéis pode ficar muito mais reluzente nos próximos anos.
Dados anteriores haviam levado pesquisadores a acreditar que os anéis foram criados há 100 milhões de anos, quando uma lua gigante ou um cometa se espatifou próximo de Saturno.


Reciclado:
"Apesar de o que se pensou depois da investigação (de 1970) da Voyager em Saturno – de que os anéis de Saturno pudessem ser muito jovens, talvez tão antigos quanto os dinossauros – nós temos resultados que mostram que os anéis poderiam ter a idade do sistema solar e que talvez eles existirão por bilhões de anos", disse o cientista Larry Esposito a respeito dos dados, durante uma reunião da União Americana de Geofísica.
A Cassini vem analisando os anéis de Saturno com espectrógrafos ultravioleta (UVIS, na sigla em inglês). A sonda observa a luz que reflete e que atravessa as partículas do anel.
Os dados indicam que os anéis não podem ter sido criados por um evento recente e isolado, já que há partículas de períodos diversos.
Segundo Esposito, os pesquisadores acreditam que as partículas que compõem o anel estão constantemente se reciclando.
Os cientistas acreditavam que anéis muito antigos deveriam ser mais escuros, devido à poluição provocada por poeira dos meteoros.
Mas a hipótese da reciclagem de partículas explicaria porque os anéis continuam reluzentes quando observados por telescópios e sondas. (Fonte: BBCBrasil)

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LINKS EXTERNOS
Nasa (em inglês)

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Sonda mostra porque Vênus é quente, seco e sem vida

Análise do primeiro ano de observações feitas pela sonda Venus Express conclui que Vênus foi ainda mais parecido com a Terra em sua origem, inclusive em relação à existência de água.

De todos os planetas do Sistema Solar, Vênus é o mais parecido com a Terra, além de ser o mais próximo também na distância. Os dois têm massa, volume, área superficial, raio, densidade e velocidade de escape semelhantes.
Mas as similaridades na forma e origem não se estenderam para um ponto fundamental: a vida. Enquanto o clima permitiu que a Terra florescesse, Vênus se tornou um lugar infernal, com atmosfera composta por 96,5% de dióxido de carbono e nuvens de ácido sulfúrico, pressão atmosférica 92 vezes maior e temperatura superficial que ultrapassa os
450ºC.
Tentar entender o que deu errado, descobrindo os motivos não das semelhanças, mas das diferenças, é o objetivo da missão Venus Express, lançada em 2005 pela Agência Espacial Européia (ESA).
Em oito artigos publicados na edição desta quinta-feira (29/11) da revista Nature, diversos grupos de cientistas apresentam os resultados das mais extensas análises feitas até o momento sobre o vizinho terrestre. Chamá-los de gêmeos não é exagero, ainda que tenham crescido de modo tão diferente.
No artigo principal, que resume as conclusões, Hakan Svedhem, da ESA e colegas destacam que, apesar de Vênus não ter nem sombra da vida existente na Terra, as semelhanças entre os dois é o principal destaque – e foi muito maior na infância dos planetas.
“A constatação geral dos resultados do primeiro ano de operação da Venus Express é que as diferenças, particularmente em relação ao clima, entre Vênus e a Terra são muito menos misteriosas do que se pensava anteriormente”, destacaram.
“Essas diferenças são consistentes com teorias e interpretações que sugeriam que os dois planeta tiveram ambientes superficiais semelhantes no passado e que eles evoluíram diferentemente, com os oceanos terrestres convertendo a maior parte do dióxido de carbono atmosférico em rochas carbonadas e Vênus perdendo a maior parte de sua água para o espaço”, afirmaram os pesquisadores.
Segundo os estudos, as altas temperaturas, os ventos zonais (que circulam pela latitude) e a turbulência próxima ao equador de Vênus resultaram na densa atmosfera e na grande quantidade de gás estufa retida na atmosfera do planeta.
A superfície inóspita de Vênus teria sido causada pela quebra das grandes quantidades originais de vapor de água em moléculas de hidrogênio e oxigênio. A primeira, mais leve, escapou no espaço, enquanto o elemento mais pesado permaneceu e se oxidou na atmosfera, resultando na superfície quente e seca atual.
A Venus Express também descobriu algo intrigante: descargas elétricas. A questão é que os cientistas achavam que não deveriam existir raios no planeta por conta do tipo de nuvens, parecidas com as de poluição observadas na Terra. Além disso, apesar da proximidade, os astrônomos nunca observaram qualquer raio em Vênus. Entretanto, a sonda identificou ondas eletromagnéticas de baixa freqüência e curta duração que se estima tenham origem em descargas elétricas.
A missão européia está prevista para durar até 2013. Segundo os autores do estudo, futuras análises ampliarão não apenas o conhecimento a respeito de Vênus, mas também da própria Terra. Afinal, dizem, a atual atmosfera venusiana pode ser vista como uma extrapolação radical da terrestre, em ritmo de aquecimento promovido pelo efeito estufa. Ou seja, semelhantes na origem e no fim. (Fonte: Agência FAPESP)
Os artigos podem ser lidos por assinantes da Nature em http://www.nature.com/

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Na Califórnia, pesquisadores procuram sinais de vida extraterrestre

"Não descobriremos nada se ficarmos olhando só para nós mesmos", diz astrônoma.Bilionário americano financia pesquisas da Universidade de Berkeley.
Numa região de montanhas geladas ao norte da Califórnia, numa área onde são raros os sinais de civilização, enormes antenas fazem um balé sincronizado. Ora viram para o poente, ora para o nascente. Para onde quer que apontem olham na direção do infinito e tentam responder a uma das questões mais antigas da humanidade: estaremos, afinal, sozinhos neste universo?

As parabólicas do observatório radioastronômico Red Creek foram ligadas pela primeira vez em outubro deste ano. Foram construídas com o dinheiro de um bilionário americano que decidiu financiar o projeto de pesquisadores da Universidade de Berkeley, na Califórnia - uma das mais importantes dos Estados Unidos no estudo da astronomia. E se as antenas olham sempre na mesma direção é porque trabalham juntas e formam um gigantesco telescópio a procura de vida a milhões de quilômetros da Terra.
Até mesmo entre os grandes cientistas, discutir a existência de extraterrestres é tão complicado quanto discutir política ou religião.

Existem mais de 200 bilhões de estrelas e planetas na galáxia que nós habitamos. Para muitos a vida seria um privilégio exclusivo do planeta Terra. Mas o que os cientistas da Califórnia tentam provar é que os ETs não só existem, como podem estar em várias partes do universo.

Primos distantes
Só aqui bem perto de nós - sob ponto de vista científico - a alguns milhares de ano-luz, existem 400 bilhões de estrelas - muitas delas do tamanho ou até maiores e mais antigas do que o nosso Sol. É na direção desses primos distantes do Sol que os telescópios apontam. Quem comanda o observatório é a astrônoma e engenheira Jill Tarter. "Pode haver muitas outras civilizações com tecnologia ou podem ser apenas micróbios. Não descobriremos nada se ficarmos olhando só para nós mesmos", diz a astrônoma. Jill vive em meio às antenas olhando para o céu. "Procuramos sinais de vida em outros planetas e que não possam ter sido produzidos pela natureza", define ela. A astrônoma explica que será possível detectar os ETs, por exemplo, se eles usarem algo como os nossos raios lasers, já que as estrelas não emitem luzes parecidas.

Futebol
A maior dificuldade dos pesquisadores é separar os sinais enviados por aeroportos, emissoras de TV e telefones celulares do que seriam sinais alienígenas. E se os extraterrestres também estiverem tentando fazer contato? "Se eles não estiverem procurando por nós, só conseguiríamos encontrá-los se eles estivessem, por exemplo, transmitindo uma partida de futebol de um planeta para outro. Teria que ser uma transmissão muito forte", esclarece Jill. A tecnologia do observatório da Califórnia que pode levar ao descobrimento de vida extraterrestre começa com antenas que lembram mandíbulas de tubarão. Os sinais chegam em milhões de freqüência diferentes. São amplificados e por meio de cabos de fibra ótica, atravessam o subsolo do observatório.

Na sala de comando, os dados das antenas são condensados. O mapeamento é distribuído para supercomputadores que fazem uma análise hipercomplexa. Qualquer sinal de vida inteligente fora da Terra fará soar um alarme dentro do laboratório. Mas quando a máquina terminar seu trabalho a inteligência humana é que vai ter que dar a palavra final. "Depois de fazer todas as verificações, quando for possível for dizer que o sinal vem de outro planeta, vamos contar ao mundo. Porque esse sinal não pertence a nós. Ele foi enviado aos habitantes do planeta Terra", garante Jill. (Fonte G1)

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Descoberta a origem dos raios cósmicos

Buracos negros causam raios cósmicos que atingem a Terra:


A fonte dos mais poderosos raios cósmicos de energia que bombardeiam a Terra podem ser grandes buracos negros no coração de galáxias próximas, anunciaram astrofísicos.
A equipe de cientistas de 17 países, que utilizou o Observatório Pierre Auger, em Malargue, Argentina, descobriu que os núcleos galácticos ativos são as mais prováveis fontes dos raios cósmicos de maior energia que atingem a Terra.
"Demos um grande passo na resolução do mistério da natureza e de origem dos raios cósmicos de maior energia, que foram revelados pela primeira vez pelo físico francês Pierre Auger, em 1938", disse o Prêmio Nobel James Cronin, da Universidade de Chicago, um dos nove autores do relatório que aparece na edição da revista "Science" de 9 de novembro.
Os 370 cientistas da equipe trabalharam no observatório argentino.
"Descobrimos que o céu do hemisfério sul observado em raios cósmicos de grande energia não é uniforme. É uma descoberta fundamental", destacou Cronin.
"Nos próximos anos, nossos dados nos permitirão identificar as fontes exatas desses raios cósmicos, e como essas partículas se aceleram".
"Esse resultado representa uma nova janela para o universo vizinho e o início da astronomia dos raios cósmicos", disse, por sua vez, Alan Watson, da Universidade de Leeds.
Os raios cósmicos estão formados por protóns e por átomos que viajam através do universo na velocidade da luz. Quando atingem as camadas superiores da atmosfera terrestre, lançam uma chuva de partículas secundárias que se espalham por até 40 km2 quando chegam ao solo.
Segundo os pesquisadores, conseguiu-se identificar a fonte de apenas alguns raios cósmicos.

Mais:

Colaboração internacional de cientistas rastreia origem dos raios em galáxias que cercam a Via-Láctea:

As partículas mais energéticas que atingem a atmosfera da Terra viajam centenas de milhões de anos-luz pelo espaço e, muito provavelmente, nascem em buracos negros gigantes, no núcleo de outras galáxias. As duas conclusões são apresentadas por um consórcio internacional de cientistas - incluindo brasileiros - na edição desta semana da revista Science.
Raios cósmicos de alta energia são partículas, como prótons ou núcleos de átomos, que se vêem aceleradas a velocidades próximas à da luz e acabam se esfacelando ao colidir com as camadas superiores da atmosfera terrestre. Algumas dessas partículas, as de chamada ultra alta energia, são tão raras que até mesmo sua natureza exata ainda é um mistério.
O que se sabe é que as colisões dessas partículas com a atmosfera geram fragmentos, que voltam a se chocar com o ar e produzem novos fragmentos, numa cascata que pode acabar sendo detectada pelo Observatório Pierre Auger, localizado em Mendoza, na Argentina.
Embora raios cósmicos bombardeiem a Terra continuamente, os raios de energia muito alta e ultra alta são raros: enquanto os raios comuns atingem a atmosfera da Terra à taxa de uma partícula por metro quadrado por segundo, cada quilômetro quadrado da atmosfera é atingido por apenas um raio de alta energia, em média, a cada século. Lutando contra essas probabilidades, o Auger ocupa uma área de 3.000 km2.
Como resultado, desde 2004 foram detectados 77 eventos de alta energia, sendo 27 de energia extremamente alta. Esses números já representam um recorde na área.
Para precisar a posição original do núcleo que veio do espaço e desencadeou o chuveiro de partículas, o Auger se vale de detectores dotados de cronômetros com precisão de bilionésimos de segundo. "O chuveiro de partículas tem uma frente, uma borda com o formato de uma panqueca", explica o físico da Unicamp Carlos Ourivio Escobar, coordenador da Colaboração Pierre Auger no Brasil. "Se essa panqueca chega inclinada, uma de suas bordas toca os detectores primeiro, e as demais partículas são detectadas em seguida".
Com a cronometragem precisa, o equipamento consegue triangular o ponto de origem do chuveiro.
Além dos detectores no solo, o Auger conta com telescópios que registram a cintilação, produzida na atmosfera, pelo choque das partículas com os átomos de nitrogênio do ar. "Essas cintilações formam um rastro", diz Escobar.
Descobertos em 1962, os raios cósmicos de alta energia representam um mistério científico.
Enquanto os raios comuns podem ser explicados por processos que ocorrem dentro da Via-Láctea - alguns são produzidos pelo próprio Sol -, os de alta energia não contam com uma origem plausível em nossa galáxia. Nem mesmo o buraco negro no núcleo da Via-Láctea é poderoso o bastante para criá-los.
Agora, os dados levantados pela Colaboração Pierre Auger indicam que a distribuição de origens dos raios de alta energia acompanha a distribuição de galáxias próximas à nossa. Isso sugere que as partículas estão sendo emitidas pelo núcleo dessas galáxias, com buracos negros muito maiores e muito mais ativos que o da Via-Láctea.
A participação brasileira no Pierre Auger envolveu um investimento de US$ 3,5 milhões, originado na Fapesp e em órgãos federais e gerenciado por Escobar. O físico acredita que essa participação é importante para a ciência nacional. "O grupo brasileiro está envolvido desde o começo", diz, notando que se trata de uma parceira de 17 países. "Participamos no mesmo nível dos países mais desenvolvidos, com impacto do ponto de vista da maturidade científica brasileira". Escobar destaca que parte dos equipamentos para o observatório foi desenvolvida por empresas brasileiras.
Além do observatório na Argentina, a Colaboração Pierre Auger prevê a construção de uma instalação semelhante no Hemisfério Norte, para complementar as observações feitas ao sul do equador.
O local escolhido tem uma área muito maior que a do observatório argentino, com cerca de 10.000 km2, no Estado de Colorado, nos EUA.
"Com uma área maior, será possível acumular mais estatística na parte de ultra alta energia do espectro de raios cósmicos", explica o físico Edivaldo Moura Santos, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, que também atua no Pierre Auger. "A importância desses raios é que são tão energéticos que mesmo os campos magnéticos em nossa galáxia são incapazes de desviá-los de modo substancial".
Com isso, diz Santos, será possível fazer astronomia com partículas carregadas, usando fragmentos de átomos da mesma forma que os telescópios convencionais usam raios de luz.


Links:

Buracos negros dão origem aos raios cósmicos O Globo Online - Uma equipe de cientistas de 17 países, entre eles o Brasil, descobriu a origem das mais energéticas partículas do Universo.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Descoberto Sistema Planetário parecido com o nosso.

Os astrônomos descobriram um quinto planeta em órbita próximo à estrela 55 Cancri, a única além do sol conhecida com tantos planetas, anunciou a National Science Foundation (NSF), agência dos Estados Unidos. A agência afirma que o planeta, que orbita dentro da área considerada potencialmente habitável da estrela, poderia dispor de água em forma líquida. Além disso, apesar de o planeta ser uma formação gasosa, a água líquida poderia estar em sua superfície ou em satélites rochosos ainda desconhecidos.

Ilustração conceitual para dois sistemas planetários - no topo, 55 Cancri, e embaixo, o nosso sistema. Linhas azuis mostram as órbitas dos planetas, incluindo o planeta anão Plutão no nosso sistema solar. O sistema 55 Cancri é atualmente o que mais se aproxima em semelhança ao nosso sistema solar, mas mesmo assim há diferenças fundamentais entre os dois.


quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Galáxia elíptica


Hubble fotografa galáxia a 4 milhões de anos-luz:


O telescópio espacial Hubble, controlado pela Nasa, enviou imagens de uma galáxia distante 4,4 milhões de anos luz da Terra. Batizada de NGC5866, a galáxia tem forma elíptica e localiza-se a 4º4' ao sudoeste da estrela Iota Draconis.

Imaginado nos anos 40, e projetado e construído nas décadas de 70 e 80 o Hubble está em operação desde abril de 1990. (Fonte: Terra)

Andrômeda


Andrômeda é cinco vezes maior do que o imaginado:

A descoberta de novas estrelas localizadas longe do centro da galáxia de Andrômeda sugere que ela pode ter um tamanho cinco vezes maior do conhecido até então. Segundo o novo estudo, Andrômeda tem, no mimino, um diâmetro de um mihão de anos-luz. Os novos astros são conhecidos como gigantes vermelhos.
Apesar de estarem além da porção mais visível da galáxia, os astros sofrem influência gravitacional do centro. "Nós pensávamos Andrômeda como uma pequena mancha de luz, mas o tamanho atual da auréola se extende a um raio muito maior, preenchendo uma porção substancial do céu noturno", disse à CNN o cientista americano Jason Kalirai, da Universidade de Santa Cruz, na Califórnia.
AndrômedaTambém conhecida como M31, Andrômeda está localizada a cerca de 2,5 milhões de anos-luz da Terra. Com um formato clássico de aspiral, é a galáxia mais próxima do nosso planeta. (Fonte: Terra)

Galáxias interagindo

A galáxia maior, denominada NGC 3808, em forma de espiral, tem um de seus "braços" envolvendo a outra


Telescópio Hubble mostra duas galáxias interagindo:

Uma nova imagem obtida pelo telescópio Hubble e divulgada pela Nasa nesta terça-feira mostra um par de galáxias denominadas pelos astrônomos de Arp 87, informou a agência AP.
A foto mostra estrelas, gases e poeira ao redor da grande galáxia NGC 3808, que tem forma de espiral e um de seus "braços" avançando sobre a galáxia próxima.
Segundo os especialistas, as formas das galáxias Arp 87 foi distorcida pela interação entre ambas. Elas estão localizadas aproximadamente a 300 milhões de anos-luz da Terra. (Fonte: Terra)

Mais:

O maior Buraco Negro

Aurore Simonnet/Sonoma State University/Nasa/Divulgação
O buraco negro tem uma massa entre 24 e 33 vezes superior à do sol

Encontrado o maior buraco negro já observado:
A Nasa, agência espacial americana, divulgou nesta terça-feira imagens captadas pelo observatório Chandra X-ray e o Satélite Swift daquilo que ela acredita ser o maior buraco negro já observado. O buraco possui entre 24 e 33 vezes a massa do sol.

A descoberta foi realizada por uma equipe de cientistas liderados pela astrônoma Andrea Prestwich, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian de Cambridge, no Estado americano de Massachussets.
O imenso buraco negro se localiza em uma pequena e instável galáxia, conhecida como IC 10, que fica a cerca de 1,8 milhões de anos-luz da Terra. Duas estrelas orbitam em torno dele, lançando grandes quantidades de gás e explosões cósmicas, em sua jornada pelo espaço. Os fenômenos são lançados para dentro do buraco no formato de espirais e depois desaparecem em sua imensidão, produzindo calor e emitindo raios-x.
A descoberta supera o buraco negro encontrado no último dia 17 de outubro por uma equipe internacional de cientistas, que tem uma massa 16 vezes superior à do Sol. Ele foi o primeiro conhecido em um sistema binário eclipsante.
Segundo um artigo publicado na revista científica britânica Nature, este sistema binário, formado por um buraco negro e por uma estrela com grande massa, na espiral da Galáxia do Triângulo (também conhecida como M33), está a cerca de 3 milhões de anos-luz da Terra. (Fonte: Terra)
Mais:

Planetas extra-solares

Concepção artística retrata um dos planetas descobertos pela equipe de Cameron (AFP)

Caçador de planetas descobre gigantes extra-solares:
A equipe liderada pelo professor Andrew Collier Cameron, descobriu três planetas gigantes fora do Sistema Solar, informa agência AP nesta quarta-feira. Cameron faz parte de um grupo de astrônomos que conduz uma verdadeira caçada por novos planetas.

Cameron anunciou a descoberta de três planetas nesta quarta-feira e foram batizados de WASP-3, WASP-4 e WASP-5. Segundo o pesquisador, os planetas são do tamanho de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar.
Conhecido como Projeto WASP, o time de Cameron é financiado pelas universidades britânicas de St. Andrews, Keele and Queen's University Belfast.
(Fonte: Terra)

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Galáxia I Zwicky 18


O telescópio espacial Hubble descobriu uma galáxia equivalente ao 'Retrato de Dorian Gray'. Como a pintura do livro a galáxia I Zwicky 18 parece envelhecer a medida que os astrônomos a estudam. O que antes parecia ser uma galáxia jovem em padrões galáticos, pode agora ser considerada um adulto.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Luas de Saturno

Espaçonave Cassini nos dá uma visão estonteante de Epimetheus e Titan, duas luas de Saturno, com os anéis do mesmo se esticando ao fundo.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Estrela da via Láctea

Noite Estrelada - assim chamada por lembrar aos astrônomos um quadro de Van Gogh com esse nome. É um halo de luz que envolve uma estrela da Via Láctea.

Região da Nebulosa do Cisne

A Tempestade Perfeita - uma pequena região da Nebulosa do Cisne, distante 5,5 mil anos-luz; descrita como "um borbulhante oceano de hidrogênio, e pequenas quantidades de oxigênio, enxofre e outros elementos".

Nebulosa do Cone

Nebulosa do Cone. A parte que aparece na foto tem 2,5 anos-luz de comprimento (o equivalente a 23 milhões de voltas ao redor da Lua).

Nebulosa Ampulheta

Nebulosa Ampulheta - distante 8 mil anos-luz, tem um estrangulamento no meio porque os ventos estelares que modelam a nebulosa são mais fracos na parte central.


Nebulosa Olho de Gato


Galáxia Sombrero


Galáxia do Sombrero - distante 28 milhões de anos-luz da Terra. Foi eleita a melhor foto captada pelo Hubble. Oficialmente denominada M104, ela têm 800 bilhões de sóis e diâmetro de 50 mil anos-luz.

Nebulosa Esquimó


Nebulosa NGC2392, mais conhecida como Esquimó, pois se assemelha a um rosto circundado por chapéu ou gorro enrugado. O "chapéu", na realidade, é um anel formado por estruturas ou restos desagregados de estrelas "mortas". A Esquimó está há 5 mil anos-luz da Terra.

Nebulosa Formiga

Nebulosa da Formiga - nuvem de poeira cósmica e gás, cujo nome técnico é Mz3. Assemelha-se a uma formiga quando observada por telescópios fixos. Essa Nebulosa está distante da nossa Galáxia entre 3 mil a 6 mil anos-luz.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Ciência e Religião

Vaticano sedia conferência de astronomia:

Cientistas vão discutir conceitos de tempo e espaço.

O Vaticano está sediando, em Roma, uma conferência científica que reúne mais de 200 astrônomos de 26 países, incluindo Estados Unidos, Grã-Bretanha, Itália, Alemanha, Rússia e Japão. Durante o encontro de cinco dias, na Universidade Papal, os cientistas vão usar fórmulas e simulações matemáticas para discutir as origens do universo, especialmente a formação e evolução de galáxias, estrelas e planetas.
É a segunda vez em sete anos que o Vaticano organiza um evento do tipo. Segundo o padre José Funes, chefe do Observatório do Vaticano, importantes descobertas foram feitas com a ajuda de telescópios desde o último encontro astronômico do Vaticano, em 2000, e há muito para ser discutido.
O padre Funes lidera uma equipe de 13 cientistas, a maioria padres jesuítas, para realizar seus programas de pesquisa astronômica e coopera com renomadas universidades em várias partes do mundo. Um dos integrantes do grupo, frei Guy Consolmagno, explica as motivações da Igreja para financiar pesquisas científicas depois de séculos de discussões a respeito dos papéis da ciência e da religião: "Eles (o Vaticano) querem que o mundo saiba que a Igreja não tem medo da ciência". "Esse é nosso modo de ver como Deus criou o Universo e eles (o Vaticano) querem deixar o mais claro possível que a verdade não contradiz a verdade; que se você tem fé, você nunca vai temer o que a ciência vai revelar, porque é verdade", diz o frei.

Calendário
A Igreja Católica começou a se interessar seriamente pelo estudo de astros e galáxias quatro séculos atrás, quando o Papa Gregório 13º instituiu um comitê para examinar os efeitos para a ciência de sua reforma do calendário.
Em 1582, o Papa substituiu o calendário juliano, que vigorava desde os tempos de Júlio César, pelo calendário gregoriano, mais correto cientificamente e usado até hoje.
Mas que pode ser considerado o primeiro observatório astronômico do Vaticano foi criado apenas em 1789 em um prédio chamado de Torre dos Ventos, que ainda existe perto do Palácio Apostólico. Um século depois, em 1891, o Papa Leo 13º, numa tentativa de contrabalançar a percepção de uma suposta hostilidade da Igreja em relação à ciência, criou outro pequeno observatório numa montanha atrás do Domo da Basílica de São Pedro.
Por causa do crescimento de Roma e do aumento da poluição, que atrapalhava a visibilidade das estrelas, os telescópios do Vaticano mudaram de lugar diversas vezes. Desde 1981, o Vaticano escolheu a cidade americana de Tucson, no Arizona, como base para seu grupo de pesquisas astronômicas. É lá que fica hoje o telescópio de tecnologia avançada do Vaticano.

Uma "nova terra"???

Um planeta como a Terra parece estar se formando a cerca de 424 anos-luz de distância, em meio a um enorme cinturão de poeira quente, revelou nesta quarta-feira Carey Lisse, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins.

Com idade entre 10 e 16 milhões de anos, o sistema solar deste planeta ainda está em sua "adolescência", mas vive um momento perfeito para que se formem planetas como a Terra.
O enorme anel de poeira que rodeia uma das duas estrelas deste sistema solar está exatamente no meio da "zona habitável" do sistema, onde se houver um planeta rochoso a água poderá existir.
Este tipo de cinturão de poeira raramente se forma em torno de estrelas como o Sol, e a presença de um anel de gelo externo faz supor que a água, e portando a vida, poderão em algum momento chegar à superfície deste planeta.
O cinturão é formado por compostos rochosos similares aos que se encontram na crosta terrestre e sulfetos parecidos com os existentes no centro do nosso planeta.
"É exatamente o que se precisa para fazer uma Terra. É emocionante pensar no que está ocorrendo", afirmou Lisse.
Serão necessários mais 100 milhões de anos até que este planeta esteja totalmente formado e mais um bilhão de anos para que surjam os primeiros sinais de vida, destacou Lisse.
As imagens foram capturadas pelo telescópio espacial Spitzer, da Agência Espacial Americana (Nasa), e serão publicadas na próxima edição da revista Astrophysical.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Há 50 anos, a URSS iniciava a corrida espacial com o satélite Sputnik

No dia 4 de outubro de 1957, a União Soviética enviava ao espaço o primeiro satélite artificial da História, o Sputnik, iniciando uma corrida com os Estados Unidos que se estenderia para o Sistema Solar, como parte da disputa teconológica da Guerra Fria. Foto:/AFP



No dia 4 de outubro de 1957, a União Soviética enviava ao espaço o primeiro satélite artificial da História, o Sputnik, iniciando uma corrida com os Estados Unidos que se estenderia para o Sistema Solar, como parte da disputa teconológica da Guerra Fria.
O Sputnik, uma esfera metálica de 83 quilos dotada de quatro antenas e dois transmissores de rádio, decolou às 02h28 preso a um foguete R7, o antepassado do Soyuz, das estepes do Cazaquistão. Deste mesmo local partiria no dia 12 de abril de 1961 o primeiro homem a viajar para o espaço, o russo Yuri Gagarin.
"Preparamos o lançamento do Sputnik sem muitas esperanças. Naquela época, nosso objetivo primordial era a preparação de um míssil de guerra", lembra Boris Chertok, um dos criadores dos primeiros foguetes soviéticos R7 e colaborador de Serguei Korolev, pai do programa espacial soviético.
Após os três acidentes sofridos pelo míssil R7, logo transformado em foguete, Korolev propôs então outro projeto, um satélite artificial.
Já que a URSS tentava construir um aparelho que estudasse a atmosfera e o espaço, Korolev teve a idéia de fabricar um satélite simplificado, com "dois hemisférios, um transmissor de rádio, antenas e um sistema de alimentação", segundo conta Chertok.
Temendo que os americanos lançassem um satélite no dia 5 de outubro em ocasião de uma conferência internacional, Korolev decidiu acelerar os trabalhos.
No dia 4 de outubro o Sputnik foi colocado em órbita e começou a emitir seu famoso "bip bip". Uma façanha que na União Soviética de então simbolizava, mais do que a rivalidade com os Estados Unidos, o otimismo que sucedeu a morte do ditador Joseph Stalin em 1953.
Embora o lançamento tenha ocupado apenas algumas discretas linhas do Pravda, a imprensa ocidental logo fez alarde com o potencial propagandístico e a "ameaça" militar representada pelo Sputnik.
Os Estados Unidos não tardaram a reagir, sobretudo ao ver que a URSS levava um mês depois para o espaço o primeiro ser vivo a bordo do Sputnik 2: a cachorrinha Laika.
Agora que a Rússia celebra o 50º aniversário do lançamento do primeiro satélite artificial para o espaço, existe um certo clima de otimismo entre seus cientistas, segundo o especialista Igor Lysov.
No próximo ano, o orçamento estatal para projetos espaciais é de cerca de 1,5 bilhão de dólares (por volta de 1 bilhão de euros).
"É onze vezes menos que o financiamento da Nasa, mas dez vezes mais que o orçamento do programa espacial russo de uma década atrás", disse Lysov.
A Rússia praticamente deixou de financiar programas espaciais após o colapso da União Soviética em 1991, o que levou ao fim da estação MIR em 2001.
Desde então, o bem-sucedido envio de cosmonautas para a Estação Espacial Internacional (ISS) a bordo do foguete Soyuz, incluindo alguns multimilionários turistas espaciais, melhorou muito a imagem dos cientistas russos. Entretanto, Washington estuda deixar a ISS em 2015.
Por outro lado, os ganhos que a Rússia obtém graças aos altos preços do petróleo e do gás permitem visualizar um panorama mais promissor. Na pauta estão um projeto conjunto com a China para enviar uma sonda a Marte em 2009 e um projeto russo de uma missão humana à Lua em 2025.
Moscou também pretende desenvolver uma nova nave espacial e o produzir um sistema de navegação por satélite que rivalizaria com o dispositivo americano GPS. No entanto, persiste uma certa incerteza quanto ao financiamento, segundo Leonid Gorshkov, diretor da projetista de aeronaves espaciais RKK.
"Embora os projetos comerciais nos ajudem a sobreviver, o desenvolvimento do programa espacial é impossível sem o apoio do Estado", disse Gorshkov.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Sombrero Galaxy (M104)


Visões do espaço - 'Sombrero Galaxy' (M104): um centro branco brilhante é envolto por voltas de poeira grossa nesta galáxia espiralada. A galáxia está distante 28 milhões anos-luz da Terra.

Bactéria se torna mais 'malvada' no espaço

Salmonella que foi levada em ônibus espacial ficou três vezes mais eficiente em matar. Mudanças gravitacionais podem ter induzido alterações genéticas no microrganismo.
A astronauta Heide Stefanyshyn-Piper ativa o crescimento das bactérias no ônibus espacial Atlantis (Foto: Nasa/Divulgação )
Parece o roteiro de um filme de terror de baixo orçamento: micróbios vão para o espaço num foguete e voltam mais fortes e mortais do que nunca. O problema é que essa história aconteceu mesmo. O micróbio em questão é a bactéria Salmonella, famosa por causar intoxicação alimentar. A viagem foi feita a bordo do ônibus espacial Atlantis, em setembro do ano passado.

Os cientistas queriam ver como a viagem espacial afeta os microrganismos, e por isso decidiram mandar alguns junto com o Atlantis, cuidadosamente embalados. O resultado é que camundongos que ingeriram os patógenos espaciais corriam risco três vezes maior de ficar doentes e morriam mais rápido do que roedores os quais receberam os microrganismos que nunca deixaram a Terra.

"Onde quer que os seres humanos vão, os microrganismos vão junto -- não dá para esterilizar seres humanos. Onde quer que formos, para o fundo do mar ou em órbita da Terra, os micróbios vão nos seguir, e é importante entendermos que modificações eles vão sofrer", explica Cheryl Nickerson, professora-associada do Centro de Doenças Infecciosas e Vacinologia da Universidade do Estado do Arizona (Estados Unidos). Para Nickerson, a descoberta pode ajudar no combate a doenças infecciosas aqui mesmo na Terra.

Na pesquisa, que será publicada na revista científica americana "PNAS", Nickerson e seus colegas colocaram cepas idênticas de Salmonella em dois contêineres. Um deles viajou a bordo do ônibus espacial, enquanto o outro foi armazenado na Terra, sob condições de temperatura similares às do Atlantis. Depois do retorno da nave, os camundongos receberam doses orais dos dois tipos de Salmonella e foram acompanhados por veterinários.

Mudança assustadora
Depois de 25 dias, 40% dos bichos que receberam a Salmonella terráquea ainda estavam vivos, comparados com apenas 10% dos roedores aos quais foi ministrada a bactéria "astronauta". Pior: a quantidade de microrganismos "espaciais" necessária para matar metade dos camundongos foi só um terço da quantidade de Salmonella normal que teve o mesmo efeito sobre os animais. Nada menos que 167 genes dos micróbios sofreram mudanças em seu funcionamento.

E a grande questão é o porquê das alterações. Há indícios de que as células bacterianas estão respondendo a mudanças geradas pelo ambiente de microgravidade (a popular "gravidade zero", termo que na verdade é inexato). Essas alterações mexem indiretamente com a força de interação entre o meio líquido e a bactéria que se encontra no interior dele. Essa interação ficaria mais fraca sob microgravidade -- reproduzindo condições parecidas com as do trato gastrointestinal humano, diz Nickerson."Esses micróbios conseguem perceber onde estão por meio de mudanças em seu ambiente. E, no minuto em que se dão conta dessas mudanças ambientais, mudam sua maquinaria genética para poder sobreviver", afirma a pesquisadora.

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segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Orbiter da NASA Apresenta Sinais Acerca de Água e Clima em Marte

PASADENA, Calif., 20 de setembro /PRNewswire-USNewswire/ - O Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) da NASA está examinando diversos traços em Marte que mostram o papel da água em diferentes épocas na história marciana. Os traços examinados com os avançados instrumentos do orbitador incluem material depositado em dois sulcos nos últimos oito anos, camadas de gelo polar formadas no passado geológico recente e sinais de água liberada por grandes impactos com Marte já mais velho. Ano passado, a descoberta de depósitos recentes em sulcos, em imagens antes e depois, obtidas desde 1999 por outro orbitador, o Mars Global Surveyor, levantou expectativas de que tenham sido detectadas correntes recentes de água em estado líquido em Marte. As observações do orbitador mais recente, que chegou a Marte no ano passado, sugerem que os depósitos possam ter ocorrido, ao contrário, por deslizamentos de materiais secos e soltos. Os pesquisadores informaram esta e outras descobertas do MRO em cinco documentos na edição de sexta-feira do periódico Science. FONTE NASA

terça-feira, 18 de setembro de 2007

METEORITO CAI NO PERU

Após meteorito, Peru investiga doença misteriosa:

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quinta-feira, 13 de setembro de 2007

CATÁSTROFE SOLAR

Planeta sobrevive à catástrofe em seu sol:
Descoberta de cientistas, a primeira do tipo, pode ajudar a esclarecer o destino do Sistema Solar, e da Terra, daqui a bilhões de anos.


Fonte: Carlos Orsi - Jornal o Estado de São Paulo

Um planeta que orbitava sua estrela à mesma distância que separa a Terra do Sol, 150 milhões de quilômetros, sobreviveu a um processo catastrófico que também afetará o Sistema Solar dentro de bilhões de anos, de acordo com uma equipe internacional de cientistas. Essa descoberta, a primeira do tipo, pode ter implicações para o destino do nosso sistema planetário. “A estrela presumivelmente não era muito diferente do nosso sol, provavelmente com 80% ou 90% de sua massa, antes de entrar na fase de gigante vermelha”, diz o astrônomo italiano Roberto Silvotti, principal autor do artigo que descreve o sistema, publicado na revista científica Nature. Quando esgotam o hidrogênio que têm no núcleo, estrelas semelhantes ao Sol sofrem um processo de expansão, transformando-se em gigantes vermelhas. Ao crescer, elas podem engolir planetas próximos - no nosso Sistema Solar, seriam devorados Mercúrio e Vênus. A Terra, um pouco mais longe, ainda estaria numa zona de perigo. Além disso, processos gravitacionais podem fazer com que mesmo os mundos não engolidos de imediato entrem em uma espiral que acabaria por levá-los para o interior do astro. Surpreendentemente, o planeta V391 Pegasi b não só escapou desses dois destinos como acabou se afastando da estrela, a V391 Pegasi, para uma distância 70% maior que a original. Provavelmente, sugerem os autores do artigo, isso se deu por causa da perda de massa sofrida por V391 Pegasi logo após a expansão, o que teria enfraquecido sua gravidade: atualmente, a estrela é uma subanã quente B, que perdeu boa parte de seu material externo e, por isso, é extremamente quente, com uma temperatura, na superfície, de mais de 30 mil graus Celsius, ante cerca de 6 mil graus do Sol. “Ela está queimando hélio no núcleo e, nesse caso específico, já deve estar perto de exaurir o gás ou já ter acabado com ele. Vai se tornar uma anã branca”, explica Silvotti. Converter-se em anã branca também é o destino esperado do Sol. O sistema de V391 Pegasi tem cerca de 10 bilhões de anos. O Sistema Solar, 4,5 bilhões.Mas, se a estrela, antes de entrar em sua fase gigante vermelha, era parecida com o Sol, V391 Pegasi b é um planeta muito diferente da Terra, com massa estimada em mais de três vezes a de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar. “A Terra é um planeta muito diferente, principalmente porque tem uma massa muito menor”, diz o pesquisador. Portanto, reconhece, as implicações diretas da sobrevivência de V391 Pegasi b para o destino concreto da Terra não são tão grandes. “Depois da descoberta, sabemos que planetas com uma distância orbital semelhante à da Terra podem sobreviver à expansão em gigantes vermelhas de suas estrelas, mas isso não significa que a Terra, muito menor e mais vulnerável, irá sobreviver à expansão do Sol, prevista para dentro de cerca de 5 bilhões de anos.”Mas, diz Silvotti, a descoberta de um planeta que tenha sobrevivido à fase gigante vermelha de sua estrela ajuda a limitar as possibilidades teóricas para a evolução dos corpos no Sistema Solar. “Nossa descoberta vai produzir novas buscas e outros achados similares. Com um pouco de estatística e modelos detalhados, seremos capazes de dizer algo a respeito do destino da Terra”, acredita. No entanto, a sobrevivência da Terra não significa a sobrevivência da humanidade. Silvotti especula que qualquer forma de vida que pudesse existir em V391 Pegasi b teria sido “completamente destruída”.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

ECLIPSE SOLAR

Brasileiros acompanham eclipse solar parcial
Fenômeno ocorre quando Lua se desloca entre o Sol e a Terra. Melhor lugar para observar fenômeno foi Região Sul.


Brasileiros de quase todo o país assistiram na manhã desta terça-feira (11/09/2007) ao eclipse parcial do sol. O fenômeno começou às 7h34.

O eclipse ocorre quando a Lua se desloca entre o Sol e a Terra, bloqueando a passagem dos raios solares e projetando uma sombra no planeta. Nesta terça, somente uma parte do Sol foi encoberta.

O melhor lugar para observar o eclipse foi na Região Sul. Segundo a previsão dos astrônomos, 42% do disco solar seria encoberto em Porto Alegre.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

ECLIPSE LUNAR

Na terça-feira (28/08/2007), ocorrerá um eclipse total da lua que poderá ser visto nas América do Norte e do Sul, nas ilhas do Pacífico, Austrália, no leste asiático e na Nova Zelândia, se o céu não estiver nublado, avisou a Nasa.


O fenômeno, que poderá ser visto do Brasil, deve começar às 5h51 (horário de Brasília) e demorará cerca de uma hora para alcançar o ápice.
"No início, a mudança não será grande", disse a Nasa. Mas "à medida que a Lua for envolvida pela sombra (terrestre), ocorrerá uma surpreendente mudança".
"A Lua transformará sua cor cinzenta de pó lunar em uma intensa coloração vermelha como a do entardecer. Este será o momento do eclipse total e durará cerca de 90 minutos", acrescentou a agência espacial.
O fenômeno não poderá ser visto na África nem na Europa. No litoral oeste (Pacífico) dos Estados Unidos, poderá ser visto totalmente depois da meia-noite. Na costa leste (Atlântico), o momento de eclipse total será interrompido pelo amanhecer.
Os eclipses lunares ocorrem quando a Terra se posiciona entre o Sol e a Lua, ou seja, quando a Lua entra na zona de sombra da Terra.
O ofusque total ocorre quando a Lua está totalmente dentro do cone da sombra. Além do que poderá ser visto na terça-feira, está previsto outro para 21 de fevereiro de 2008, que será visível das Américas, da Europa e da Ásia.


Fonte: Yahoo Notícias.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

BURACO NEGRO GIGANTE

Astrônomos descobrem enorme buraco no Universo:Um grupo de astrônomos da Universidade de Minnesota anunciou a descoberta de um enorme buraco no Universo, onde não há nem a matéria normal, que forma estrelas e galáxias, nem a misteriosa "matéria escura".
"Ninguém encontrou antes um buraco tão grande e também não esperávamos a descoberta", disse Lawrence Rudnick, da Universidade de Minnesota, num comunicado no site do National Radio Astronomy Observatory.
Rudnick, Shea Brown e Liliya R. Williams revelam os detalhes num estudo que será publicado na revista Astrophysical Journal.
Os astrônomos sabem há anos que o Universo tem buracos nos quais praticamente não há matéria. Mas a maioria é muito menor que o descoberto por Rudnick e seus companheiros.
"O que encontramos não é normal, comparado com as observações e as simulações informáticas da evolução do Universo", disse Williams.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

NEBULOSSA HELIX - NGC 7293


Nebulosa Helix ou NGC 7293 que fica longe pra Dedéu daqui! Entre 450 e 650 anos-luz do nosso Sistema!

quinta-feira, 12 de julho de 2007

LOCALIZADO PLANETA COM ÁGUA


Localizado planeta com água fora do Sistema Solar:

Ao analisar a luz de uma estrela, depois de filtrada pela atmosfera de um planeta 64 anos-luz distante do Sol, uma equipe internacional de cientistas concluiu que o planeta HD 189733b, um gigante gasoso semelhante a Júpiter, tem água.



Ao analisar a luz de uma estrela, depois de filtrada pela atmosfera de um planeta 64 anos-luz distante do Sol, uma equipe internacional de cientistas concluiu que o planeta HD 189733b, um gigante gasoso semelhante a Júpiter, tem água. A aparente ausência do líquido nos corpos localizados fora do Sistema Solar vinha intrigando cientistas há tempos. A detecção da substância em HD 189733b é a primeira considerada conclusiva. As observações mais recentes, descritas na edição desta semana da revista Nature, foram conduzidas por uma equipe liderada por Giovanna Tinetti, da Agência Espacial Européia (ESA). HD 189733b orbita uma estrela na constelação de Vulpecula ("pequena raposa", em latim), a 64 anos-luz do Sol. O planeta tem a propriedade de passar diretamente entre sua estrela e a Terra, o que permitiu aos cientistas analisar a luz estelar que atravessa as bordas de sua atmosfera. Eles descobriram que o planeta projeta uma "sombra" maior quando observado em uma faixa de luz específica, e concluíram que esse efeito é produzido pela absorção dessa faixa de luz pela água presente na atmosfera. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

CIÊNCIA X RELIGIÃO

Fato ocorrido em 1892:

Um senhor de 70 anos viajava de trem tendo ao seu lado um jovem universitário, que lia o seu livro de ciências. O senhor, por sua vez, lia um livro de capa preta. Foi quando o jovem percebeu que se tratava da Bíblia, e estava aberta no livro de Marcos. Sem muita cerimônia o jovem interrompeu a leitura do velho e perguntou:
_ O senhor ainda acredita neste livro cheio de fábulas e crendices?
_ Sim. Mas não é um livro de crendices é a Palavra de Deus. Estou errado?
_ Claro que está! Creio que o senhor deveria estudar a história geral. Veria que a Revolução Francesa, ocorrida há mais de 100 anos, mostrou a miopia da religião. Somente pessoas sem cultura ainda crêem que Deus criou o mundo em seis dias. O senhor deveria conhecer um pouco mais sobre o que os cientistas dizem sobre isso.
_ É mesmo? E o que dizem os cientistas sobre a Bíblia?
_ Bem, respondeu o universitário, vou descer na próxima estação, mas deixe o seu cartão que eu lhe enviarei o material pelo correio.
O velho então, cuidadosamente, abriu o bolso interno do paletó, e deu o cartão ao universitário. Quando o jovem leu o que estava escrito saiu cabisbaixo se sentindo pior que uma ameba. O cartão dizia: "Louis Pasteur, Diretor do Instituto de Pesquisas Científicas da École Normale de Paris".
"Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima." (Louis Pasteur)

quarta-feira, 11 de julho de 2007

PHOENIX BUSCARÁ VIDA EM MARTE


Sonda Phoenix buscará vida no permafrost marciano:


Ilustração de artista da Nasa mostra a sonda Phoenix em solo marciano. A Phoenix, última sonda americana para exploxar Marte, está pronta para o lançamento no início de agosto para estudar, pela primeira vez, o permafrost do Planeta Vermelho e detectar possíveis formas de vidas passadas e presentes em suas planícies árticas. Foto:/AFP




A Phoenix, última sonda americana para explorar Marte, está pronta para o lançamento no início de agosto para estudar, pela primeira vez, o permafrost do Planeta Vermelho e detectar possíveis formas de vidas passadas e presentes em suas planícies árticas.

"Nossa estratégia de pesquisa da água em Marte deu lugar a uma série de descobertas extraordinárias nesses últimos anos sobre a história hidrográfica deste planeta", explicou na segunda-feira o diretor do Programa de Exploração de Marte na Nasa, Doug McCuistion. "Phoenix vai completar nossa estratégia de exploração marciana, tentando, pela primeira vez, tocar e analisar a água de Marte sob forma de gelo no solo", completou, em uma apresentação à imprensa.

Peter Smith, da Universidade do Arizona (sudoeste), um dos cientistas envolvidos no projeto, explicou que "a Phoenix foi concebida para examinar a história do gelo do permafrost, para medir como a água líquida modificou a química e mineralogia do solo". Com suas duas antenas solares desdobradas, a sonda Phoenix mede 5 metros de largura por 1,52 metro de comprimento e tem um braço robótico de 2,34 metros de extensão, que cavará o solo para atingir a camada de gelo que, segundo os pesquisadores, fica a pelo menos dez centímetros de profundidade.

Uma câmera e uma sonda acoplados ao braço vão examinar o solo e o gelo. A Phoenix também terá uma estação meteorológica com a medição a laser da água e da poeira em suspensão na atmosfera. Esses instrumentos vão ser acionados ao longo dos três meses dessa missão. Segundo a Nasa, a Phoenix deve completar sua missão enfrentando temperaturas de entre -73°C e -33°C. A janela do lançamento, previsto para 3 de agosto, será de 21 dias, da base do Cabo Cañaveral (Flórida, sudeste). Lançada por um foguete Delta 2, a sonda deve chegar a Marte em maio de 2008, após uma viagem de 680 milhões de quilômetros.

NOVAS GALÁXIAS DESCOBERTAS

Cientistas descobrem três antigas galáxias no fundo do universo:

PARIS (AFP) - Uma nova população de galáxias, até então desconhecida, pode existir nos confins do universo, a uma distância tal que a luz teria levado mais de 13 bilhões de anos para chegar até nós, revelou um estudo publicado no "Astrophysical Journal" de quarta-feira. Se existir realmente, significará que estas três antigas galáxias se formaram na tenra juventude do Universo, então com apenas 500 milhões de anos, ou seja, menos de 4% de sua idade atual, declarou a equipe internacional de astrônomos, que conta com a participação do francês Jean-Paul Kneib, do Laboratório de Astrofísica de Marselha (CNRS). Segundo eles, 300 mil anos após o Big-Bang, o universo em expansão se tornou transparente à irradiação luminosa, mas nenhuma estrela brilhava ainda - motivo pelo qual essa época é chamada de "idade das sombras". A descoberta das primeiras estrelas e galáxias que brilharam é um dos grandes objetivos dos cientistas, mas como os atuais telescópios não permitem isto, recorrem a técnicas que se baseiam em fenômenos naturais e nas leis fundamentais da física. Uma destas técnicas, que permitiu a possível descoberta das três galáxias, utiliza um efeito conhecido por miragem cósmica, segundo o qual a luz procedente de um objeto é desviada por um campo gravitacional. Por meio desta técnica, a equipe identificou, após três anos de observações com o telescópio Keck, situado no Havaí, as galáxias a 13 bilhões de anos-luz da Terra.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

NOVAS TECNOLOGIAS PARA ESTUDAR ESTRELAS E GALÁXIAS

Instituto do Milênio gera novas tecnologias para estudo de estrelas e galáxias:

A astrofísica é considerada uma ciência de fronteira pelas pesquisas científicas que ampliam sem cessar os limites do universo conhecido e pelo desenvolvimento de instrumentação de ponta necessário às freqüentes descobertas, dois aspectos importantes para o avanço da ciência do Século XXI. O Instituto do Milênio para Evolução de Estrelas e Galáxias na era dos Grandes Telescópios, projeto apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), é centrado na montagem e no uso dos novos telescópios SOAR e Gemini, colocados à disposição dos cientistas brasileiros.
Os projetos SOAR e Gemini são consórcios internacionais dos quais o Brasil é membro participante e contribuiu com mais de US$ 20 milhões, a maior parte repassada pelo CNPq. O país ingressou no Projeto Gemini em 1993 e no projeto do Southern Astrophysical Research (SOAR) em 1995.
O Projeto Gemini é composto por dois telescópios com espelhos de 8 metros de diâmetro. O Gemini-Norte, localizado no Havaí, foi inaugurado em 1999, enquanto o Gemini-Sul, no Chile, começou a funcionar em 2002. É um projeto de US$ 180 milhões em consórcio com EUA, Inglaterra, Canadá, Austrália e Argentina.
Já o SOAR entrou em operação experimental em 2004 e consiste de um telescópio com espelho de 4,3 metros de diâmetro, localizado em Cerro Pachon, Chile, na mesma montanha onde se encontra o telescópio Gemini-Sul. Também é um consórcio entre o Brasil, National Optical Astronomical Observatory (NOAO), University of North Carolina e a Michigan State University. A Fapesp também apoiou a construção e a parte científica brasileira dos trabalhos é coordenada pelo Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA/MCT). O custo do telescópio foi de US$ 28 milhões.
O balanço da produção científica do Instituto do Milênio entre 2001 e 2004 resultou em 350 artigos em revistas de primeira linha. Os artigos dos projetos instrumentais só serão produzidos após a finalização dos instrumentos e outros testes, o que deve acontecer a partir de 2008. Mais informações sobre a produção podem ser encontradas em www.astro.iag.usp.br/~imilenio/.
Divulgação científica nas escolas
Dez mil cópias de CD-ROM com hipertexto de Astronomia e Astrofísica com imagens e animações, para PC, MAC e Linux, produzido por Kepler de Oliveira e Fátima de Oliveira, foram feitos dentro do Instituto do Milênio. Os CD-ROMs foram distribuídos a escolas em todo o país, dentro das Olimpíadas Brasileiras de Astronomia (OBA).
O Projeto Telescópios na Escola (TnE) - originalmente denominado Educação em Ciências Com Observatórios Virtuais - foi montado com recursos da Fundação Vitae e, posteriormente, vem recebendo apoio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP, FAPESP e CNPq. Seu objetivo é estimular o ensino de ciências por meio da astronomia. Quatro observatórios estão operacionais e trabalhando com escolas de nível fundamental e médio em Florianópolis, Valinhos, São José dos Campos e Rio de Janeiro.
Instrumentos desenvolvidos dentro do Instituto do Milênio
O principal objetivo foi o desenvolvimento de instrumentos astronômicos altamente complexos e precisos para o SOAR e o Gemini. Foram feitos projetos de engenharia para mais de 1500 peças: espectrógrafo SIFS, de campo integral, o espectrógrafo STELES, de alta resolução espectral, e o imageador no infravermelho SPARTAN.
Espectrógrafo SIFS
É um espectrógrafo de campo integral, cuja imagem é feita por grande quantidade de fibras ópticas. No caso do SIFS são 1300 fibras, que cobrem uma pequena área no céu. Para a região observada são obtidos 1.300 espectros ao longo da superfície do objeto. Esse tipo de instrumento é também chamado espectro-imageador. Na figura abaixo é mostrado o instrumento instalado no SOAR, que deve ser concluído em um ano.
Espectrógrafo de alta resolução STELES
A alta resolução espectral permite obter “abundâncias químicas” com grande precisão. No Instituto do Milênio foram desenvolvidos os desenho óptico, o desenho mecânico preliminar e foram comprados os detectores CCD, projeto de segunda geração para o SOAR.
Câmera imageadora no infravermelho SPARTAN
Teve participação brasileira importante, embora fosse de responsabilidade da Michigan State University, outro parceiro do SOAR. O Instituto do Milênio contribuiu com um dos quatro detectores infravermelhos, além do envolvimento de um astrônomo e um engenheiro óptico do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Abaixo o espectrógrafo completo, que segue para o Chile ainda em 2007.
Confira abaixo os instrumentos desenvolvidos dentro do Instituto do Milênio:

Espectrógrafo de alta resolução STELES para o SOAR

Câmera imageadora no infra-vermelho SPARTAN

Laboratório de Instrumentação


quinta-feira, 14 de junho de 2007

MARTE JÁ TEVE OCEANO


Cientistas dos Estados Unidos e do Canadá divulgaram hoje que Marte já teve um aspecto semelhante ao da Terra, quando, há dois bilhões de anos, um terço de sua superfície era ocupada por um grande oceano."Se a superfície de Marte já teve tanta água como este oceano indica, então o 'Planeta Vermelho' e a Terra foram mais parecidos do que são atualmente", afirmou à Efe J. Taylor Perron, responsável pela descoberta.Em um artigo publicado pela revista britânica "Nature", Perron e seus colegas deram explicações científicas para a existência de uma vasta planície em Marte, na qual alguns especialistas observaram características próprias de "um imenso fundo do mar" que, em algum momento, pode ter abrigado uma grande massa de água.No entanto, como a descrição técnica do terreno de Marte era bastante diferente do da Terra, muitos especialistas desprezaram essa possibilidade."Há algumas regiões da superfície de Marte que se assemelham às do litoral, mas não são planas como as que temos na praia. Por isso, se caminhássemos sobre a costa de Marte, teríamos que andar subindo e descendo pelo terreno durante mais de dois quilômetros", afirmou Perron."Nosso estudo indica que o litoral pode ter sido plano há mais de dois bilhões de anos, mas então, a rotação do pólo de Marte mudou, e isso fez com que as costas se deformassem. Chegamos a esta conclusão pela forma de Marte atualmente", acrescentou."Nosso estudo descartou uma das principais razões para pôr em dúvida a existência de um antigo oceano. Pode-se inferir que em Marte houve muita mais água em relação ao que vemos atualmente. Essa água deve estar agora escondida sob a crosta", estima Perron.Segundo o especialista, os vales vazios desta planície foram originados pelo escoamento da água, que, para "encher" esse antigo oceano, teria emergido do centro da superfície de Marte."Por isso, acreditamos que a água dos oceanos finalmente retornou ao lugar de onde procedia, talvez evaporando-se na atmosfera para formar depósitos de gelo na superfície, derreter-se quando estes se tornaram consistentes e entrar posteriormente pela crosta", explica.No estado atual do 'Planeta Vermelho', os especialistas identificaram duas linhas de costa em torno de Marte: são as chamadas "Costa da Arábia" e "Costa de Deuteronilus".Esta última, com mais de 12 mil quilômetros de extensão, está parcialmente coberta pela Costa da Arábia, que se estende por mais de 6 mil quilômetros.A orografia, segundo os cientistas, leva a crer que Deuteronilus pertence a um período posterior, no qual a superfície coberta por água era menor."Há água em Marte agora, e podemos dizer, quase com total segurança, que houve água em Marte há muito tempo. A questão é saber quanto, e em que forma", conclui Perron.


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O robô Opportunity, da Nasa (agência espacial norte-americana), encontrou fortes evidências de que a superfície de Marte já foi coberta por um mar salgado. "Nós acreditamos que o robô está estacionado sobre um terreno que, um dia, já foi a margem de um mar salgado em Marte", disse Steve Squyres, chefe da missão responsável pelos robôs de exploração da superfície do planeta vermelho. De acordo com os pesquisadores do JPL (Laboratório de Propulsão a Jato, na sigla em inglês), da Nasa, algumas rochas analisadas pelo Opportunity apresentam sinais de que já foram cobertas por uma profundidade de, pelo menos, cinco centímetros de água. Além disso, a água fluía a uma velocidade que variava de dez a 50 centímetros por segundo. O Opportunity também detectou a presença das substâncias químicas bromo e cloro na região (um indicativo de água salgada). O robô Opportunity e seu gêmeo Spirit, que explora o outro lado do planeta vermelho, já encontraram sinais que permitiram aos cientistas chegar à conclusão de que, algum dia, a superfície de Marte foi coberta por água líquida. Isto significa que o planeta já teve condições de abrigar formas de vida. Os engenheiros do JPL agora pretendem levar o Opportunity até uma formação rochosa na parede de uma cratera para encontrar mais evidências da exposição à água.

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