quinta-feira, 14 de junho de 2007

MARTE JÁ TEVE OCEANO


Cientistas dos Estados Unidos e do Canadá divulgaram hoje que Marte já teve um aspecto semelhante ao da Terra, quando, há dois bilhões de anos, um terço de sua superfície era ocupada por um grande oceano."Se a superfície de Marte já teve tanta água como este oceano indica, então o 'Planeta Vermelho' e a Terra foram mais parecidos do que são atualmente", afirmou à Efe J. Taylor Perron, responsável pela descoberta.Em um artigo publicado pela revista britânica "Nature", Perron e seus colegas deram explicações científicas para a existência de uma vasta planície em Marte, na qual alguns especialistas observaram características próprias de "um imenso fundo do mar" que, em algum momento, pode ter abrigado uma grande massa de água.No entanto, como a descrição técnica do terreno de Marte era bastante diferente do da Terra, muitos especialistas desprezaram essa possibilidade."Há algumas regiões da superfície de Marte que se assemelham às do litoral, mas não são planas como as que temos na praia. Por isso, se caminhássemos sobre a costa de Marte, teríamos que andar subindo e descendo pelo terreno durante mais de dois quilômetros", afirmou Perron."Nosso estudo indica que o litoral pode ter sido plano há mais de dois bilhões de anos, mas então, a rotação do pólo de Marte mudou, e isso fez com que as costas se deformassem. Chegamos a esta conclusão pela forma de Marte atualmente", acrescentou."Nosso estudo descartou uma das principais razões para pôr em dúvida a existência de um antigo oceano. Pode-se inferir que em Marte houve muita mais água em relação ao que vemos atualmente. Essa água deve estar agora escondida sob a crosta", estima Perron.Segundo o especialista, os vales vazios desta planície foram originados pelo escoamento da água, que, para "encher" esse antigo oceano, teria emergido do centro da superfície de Marte."Por isso, acreditamos que a água dos oceanos finalmente retornou ao lugar de onde procedia, talvez evaporando-se na atmosfera para formar depósitos de gelo na superfície, derreter-se quando estes se tornaram consistentes e entrar posteriormente pela crosta", explica.No estado atual do 'Planeta Vermelho', os especialistas identificaram duas linhas de costa em torno de Marte: são as chamadas "Costa da Arábia" e "Costa de Deuteronilus".Esta última, com mais de 12 mil quilômetros de extensão, está parcialmente coberta pela Costa da Arábia, que se estende por mais de 6 mil quilômetros.A orografia, segundo os cientistas, leva a crer que Deuteronilus pertence a um período posterior, no qual a superfície coberta por água era menor."Há água em Marte agora, e podemos dizer, quase com total segurança, que houve água em Marte há muito tempo. A questão é saber quanto, e em que forma", conclui Perron.


Mais:

O robô Opportunity, da Nasa (agência espacial norte-americana), encontrou fortes evidências de que a superfície de Marte já foi coberta por um mar salgado. "Nós acreditamos que o robô está estacionado sobre um terreno que, um dia, já foi a margem de um mar salgado em Marte", disse Steve Squyres, chefe da missão responsável pelos robôs de exploração da superfície do planeta vermelho. De acordo com os pesquisadores do JPL (Laboratório de Propulsão a Jato, na sigla em inglês), da Nasa, algumas rochas analisadas pelo Opportunity apresentam sinais de que já foram cobertas por uma profundidade de, pelo menos, cinco centímetros de água. Além disso, a água fluía a uma velocidade que variava de dez a 50 centímetros por segundo. O Opportunity também detectou a presença das substâncias químicas bromo e cloro na região (um indicativo de água salgada). O robô Opportunity e seu gêmeo Spirit, que explora o outro lado do planeta vermelho, já encontraram sinais que permitiram aos cientistas chegar à conclusão de que, algum dia, a superfície de Marte foi coberta por água líquida. Isto significa que o planeta já teve condições de abrigar formas de vida. Os engenheiros do JPL agora pretendem levar o Opportunity até uma formação rochosa na parede de uma cratera para encontrar mais evidências da exposição à água.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

TEMPESTADES MAGNÉTICAS

Nova mancha solar pode provocar violentas tempestades magnéticas:

Há pelo menos três dias, o Apolo11 vêm chamando a atenção para o surgimento de mais uma mancha solar, que a cada dia se torna mais proeminente e ativa. A mancha, batizada de 960, já pode ser facilmente vista, tanto diretamente como através de imagens das satélites.


Dados recebidos de diversos instrumentos, baseados em terra e no espaço, indicam que as chances de ocorrerem fortes tempestades solares de classe X aumentaram para 20% nas últimas 24 horas, enquanto as tempestades de classe M podem ocorrer a qualquer momento, com 70% de probabilidades entre as próximas 24 e 72 horas. Tempestades solares também são chamadas de flares solares.

Como conseqüências dessas tempestades, são esperados blackouts de radiopropagação nas freqüências mais baixas, usadas especialmente em equipamentos de radio localização, ILS de aeroportos e rádio-faróis, além de distúrbios em equipamentos de geração e distribuição de energia elétrica e sistemas a bordo de satélites.

Na última sexta-feira, um flare solar de classe M produzido pela mancha 960 causou blackouts de radiopropagação sobre toda a Europa, impedindo as comunicações em diversas freqüências de ondas curtas. Na República Tcheca, rádio-faróis que transmitem em 3.5 mHz também foram afetados, como mostra a plotagem abaixo.


Pelo gráfico, vemos que o sinal de radio localização na freqüência de 3.594 mHz, transmitido pela estação OK0EU, foi totalmente silenciado por quase 45 minutos, entre as 11h45 e 12h30 pelo horário de Brasília.


Flares solares:
Os flares, também chamados de rajadas solar, são explosões que acontecem quando uma gigantesca quantidade de energia, armazenada em campos magnéticos próximos às manchas solares, é repentinamente liberada.

Essa liberação de energia produz uma enorme emissão de radiação que se espalha por todo o espectro eletromagnético, se propagando desde a região das ondas de rádio até a região dos raios X e raios gama. Em conseqüência, temos as chamadas Ejeções de Massa Coronal, enormes bolhas de gases ionizados com mais de 10 bilhões de toneladas, que são lançadas ao espaço a velocidades surpreendentes, que ultrapassam facilmente a marca de um milhão de quilômetros por hora.

Nesta velocidade, as partículas ejetadas levam poucos dias para cruzar os 150 milhões de quilômetros que separam o Sol do nosso planeta.


Quando observadas dentro do espectro de raios-x, que vai de 1 a 8 Angstroms, produzem um intenso brilho ou clarão. A intensidade desse clarão (ou flare) permite classificar o fenômeno.

Além dos flares de Classe X e M, existem as rajadas de Classe C, fracas e pouco perceptíveis aqui na Terra.

A maior parte das partículas altamente carregadas é desviada quando atingem a magnetosfera da Terra. No entanto, parte dela consegue furar o bloqueio e chega até as camadas superiores da atmosfera. Quando isso ocorre temos as chamadas auroras boreais e austrais.


Como acompanhar:
Se você possui um receptor de ondas curtas, mesmo simples, também poderá detectar as rajadas solares. As perturbações podem ser detectadas monitorando as freqüências ao redor de 15 e 21 mHz. Nesta região as tempestades produzem variações de amplitude facilmente perceptíveis, que se assemelham às ondas do mar. Ouça um exemplo de áudio captado no dia 19 de maio de 2007 na freqüência de 21 mHz.


Dá pra ver?
As explosões solares podem ser vistas facilmente através das imagens captadas pelo satélite Soho e disponibilizadas aqui no Apolo11. As melhores imagens são as azuis, geradas pelo instrumento LASCO C3, o coronógrafo de ângulo largo a bordo do satélite. A mancha 956 pode ser vista nas imagens IGR e MAG, também disponíveis.


Atenção:
Para ver as manchas com seus próprios olhos é fundamental o uso de um telescópio acoplado a um filtro solar do tipo Baader ou H-Alpha. Nunca olhe diretamente para o Sol, nem com telescópio, binóculos ou a olho nu. Você corre o sério risco de nunca mais enxergar! Se não possuir esses filtros, utilize uma máscara de soldador número 14. Chapas de raios-x também não são aconselháveis. Os filtros devem ser adaptados à objetiva do telescópio e as observações feitas em intervalos curtos e alternados.

Artes: No topo, imagem do Sol captada pelo Observatório Solar e Heliosférico Soho mostra a mancha solar 960. A Terra, no canto superior serve como comparação de tamanhos. Na seqüência, plotagem de radiopropagação mostra o "silêncio" na freqüência de 3.5 mHz, durante forte interferência eletromagnética causada pela mancha 960. Na foto menor, violento flare captada pelo satélite Soho.

GALÁXIA MESSIER

A imagem nítida em espiral da galáxia conhecida como Messier 81 ou M81, a partir de fotos feitas pelos telescópios Spitzer e Hubble. A galáxia está localizada a 12 milhões de anos-luz da constelação de Ursa Maior e é uma das maiores que podem ser observadas da Terra através de telescópios.

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