quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Curiosity encontra em Marte minerais semelhantes aos de vulcão havaiano



Cientistas afirmaram nesta terça-feira (30/10/12) que o solo de Marte contém minerais similares aos encontrados no vulcão Mauna Kea, no Havaí.
As descobertas anunciadas nesta terça-feira (30) representam o último passo para o melhor entendimento para saber se o ambiente no planeta vermelho seria acolhedor para vida microbiana. 

O jipe-robô Curiosity ingeriu a primeira amostra de solo e usou um de seus instrumentos para destrinchar os minerais contidos na amostra. Uma análise revelou que continha feldspato e olivina, minerais tipicamente associados a erupções vulcânicas. 

O Curiosity pousou no solo marciano em agosto em uma cratera próxima ao equador de Marte. Durante este período, enviou milhares de fotos do planeta vermelho, fotografou eclipse em Marte e encontrou indícios de um antigo rio. Atualmente o planeta vermelho é seco e coberto de poeira, mas cientistas acreditam que no passado era mais quente e úmido.



quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Astrônomos criam catálogo com 84 milhões de estrelas


Ao montar um mosaico com milhares de imagens obtidas pelo telescópio VISTA, que fica no Chile, os cientistas criaram a maior imagem do espaço já feita. Mesmo assim, representa apenas 1% do céu noturno

Mosaico criado por astrônomos do ESO é a maior imagem astronômica já criada. Em sua máxima resolução, ele tem nove metros de comprimento por sete de altura (ESO/VVV Consortium/ Acknowledgement: Ignacio Toledo)


Uma equipe internacional de astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) usou imagens obtidas pelo telescópio infravermelho VISTA para criar um catálogo com mais de 84 milhões de estrelas localizadas no centro da Via Láctea. Esta base de dados gigantesca contém dez vezes mais estrelas que os estudos anteriores, e deve ajudar os cientistas a compreenderem a formação da galáxia. A imagem faz parte de uma pesquisa publicada na revista Astronomy & Astrophysics.
Os pesquisadores do ESO utilizaram imagens do VISTA, o maior telescópio de rastreio infravermelho do mundo, localizado no Observatório do Paranal, no Chile. Ao montar um mosaico com milhares de imagens obtidas pelo telescópio, os cientistas criaram uma gigantesca figura de 54.000 por 40.500 pixels - a maior imagem astronômica já feita. Ela é tão grande que, se fosse impressa em máxima resolução, a folha de papel teria que ter nove metros de comprimento por sete de largura. (clique aqui para ver uma versão mais detalhada da imagem)
Como a maioria das galáxias espirais, a Via Láctea possui uma grande concentração de estrelas antigas em seu centro. Segundo os astrônomos, a compreensão de como esse centro galáctico se formou e evoluiu ao longo do tempo é essencial para entender o funcionamento da galáxia como um todo. No entanto, os cientistas têm enfrentado dificuldades para obter observações detalhadas desta região. "Observar o centro da Via Láctea é muito difícil porque ele se encontra obscurecido por poeira," diz Dante Minniti, pesquisador da Pontifícia Universidade Católica do Chile, e um dos autores do estudo. "Para espreitar o coração da galáxia, temos que observar no infravermelho, radiação que é menos afetada pela poeira."
O catálogo contém cerca de 137 milhões de objetos luminosos, dos quais 84 milhões foram confirmados como estrelas. Os demais objetos ou são tênues demais ou misturaram-se com os seus vizinhos, e não foi possível fazer medições precisas. Apesar do grande número de estrelas, a imagem cobre menos de 1% de todo o céu noturno. [Fonte: Veja Abril]
O centro da Via Láctea pode ser visto da Terra, perto das constelações de sagitário e escorpião. Dentro do retângulo vermelho, aparece a região fotografada pela equipe do ESO - ESO/Nick Risinger

Assista o Vídeo Aqui!

A imagem acima, da região central da nossa galáxia, tem 108,2 mil por 81,5 mil pixels, num total de quase 9 bilhões de pixels - Foto: ESO/VVV Consortium/Divulgação

Utilizando uma imagem de vários gigapixels, feita pelo telescópio de rastreio infravermelho Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy (Vista), localizado no Observatório do Paranal do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), uma equipe internacional de astrônomos criou um catálogo de mais de 84 milhões de estrelas situadas nas partes centrais da Via Láctea. Esta base de dados contém dez vezes mais estrelas que estudos anteriores e, segundo o órgão, representa um enorme passo em frente na compreensão da nossa galáxia.
A maioria das galáxias espirais, incluindo a Via Láctea, possui uma grande concentração de estrelas velhas que rodeiam o centro, zona a que os astrônomos chamam de bojo. Compreender a formação e evolução do bojo da Via Láctea é vital para compreender a galáxia como um todo. No entanto, obter observações detalhadas desta região não é tarefa fácil.
"Ao observar em detalhe as miríadas de estrelas que circundam o centro da Via Láctea, podemos aprender mais sobre a formação e evolução, não só da nossa galáxia, mas também das galáxias espirais duma maneira geral," explica Roberto Saito (Pontificia Universidad Católica de Chile, Universidad de Valparaíso e The Milky Way Millennium Nucleus, Chile), autor principal do estudo.
"Observar o bojo da Via Láctea é muito difícil porque este se encontra obscurecido por poeira," diz Dante Minniti (Pontificia Universidad Catolica de Chile), coautor do estudo. "Para espreitar para o coração da galáxia, temos que observar no infravermelho, radiação que é menos afetada pela poeira."
O espelho, grande campo de visão e detectores infravermelhos sensíveis do telescópio Vista, que tem 4,1 m, facilitam o estudo. A equipe de astrônomos utiliza dados do programa Variáveis Vista na Via Láctea (VVV) 1, um dos seis rastreios públicos levados a cabo pelo Vista. Os dados foram usados para criar uma imagem a cores de 54 mil por 40,5 mil pixels, o que corresponde a um total de 2 bilhões de pixels. Esta é a maior imagem astronômica já feita. A equipe utilizou estes dados para compilar o maior catálogo até hoje da concentração central de estrelas na Via Láctea.
Para ajudar a analisar o catálogo, é calculado o brilho de cada estrela em função da cor, para as cerca de 84 milhões de estrelas, de modo a criar um diagrama cor-magnitude. Esta é a primeira vez que um gráfico como esse é calculado para todo o bojo. Os diagramas cor-magnitude são ferramentas indispensáveis utilizadas pelos astrônomos para estudar as diferentes propriedades físicas das estrelas, tais como temperaturas, massas e idades.
"Cada estrela ocupa um lugar particular no diagrama em cada momento da sua vida. Este lugar depende de quão brilhante e quente é. Uma vez que estes novos dados nos dão uma fotografia instantânea de todas as estrelas de uma só vez, conseguimos fazer um censo de todas as estrelas nesta zona da Via Láctea," explica Dante Minniti.
O novo diagrama cor-magnitude do bojo contém imensa informação sobre a estrutura e o conteúdo da Via Láctea. Um resultado interessante revelado por estes novos dados é a existência de um grande número de estrelas anãs vermelhas de fraca luminosidade. Estas estrelas são boas candidatas à procura de pequenos exoplanetas na sua órbita, pelo método de trânsito.
"Uma das outras coisas fantásticas acerca do rastreio VVV é que se trata de um dos rastreios públicos do Vista do ESO, o que significa que estamos a tornar públicos todos os dados através do arquivo de dados do ESO. Esperamos, por isso, que saiam daqui muitos outros resultados interessantes," conclui Roberto Saito.
O trabalho foi apresentado no artigo científico Milky Way Demographics with the VVV Survey I. The 84 Million Star Colour-Magnitude Diagram of the Galactic Bulge por R. K. Saito et al., que será publicado na revista especializadaAstronomy & Astrophysics. [Fonte: Terra]

sábado, 20 de outubro de 2012

Descoberta de novos planetas aumenta buscas por vida extraterrestre


Por enquanto continua no mundo da ficção científica, mas a descoberta de um novo planeta a apenas quatro anos-luz de distância vai reiniciar uma corrida para encontrar um gêmeo do planeta Terra que possa abrigar vida extraterrestre.
A mudança acontece quando os telescópios mais poderosos já construídos estão prestes a entrar em ação e quando ideias sobre onde poderia existir vida estão sendo transformadas. Ao mesmo tempo, a discussão científica sobre a possível existência de vida alienígena está se tornando mais popular.
"Acho que os cientistas estão muito contentes em ter uma conversa racional sobre a probabilidade de vida lá fora", disse Bob Nichol, um astrônomo da Universidade Portsmouth, na Grã-Bretanha. Nichol disse que isso era em parte impulsionado pela descoberta de novos planetas como o identificado nesta semana no sistema estelar Alfa Centauro, o mais próximo já visto fora de nosso sistema solar. Mais de 800 desses chamados exoplanetas foram descobertos desde o início da década de 1990.
"Um aumento repentino no número de planetas torna isso bem mais provável", disse Nichol, acrescentando que as muitas formas de vida na Terra são evidências indiretas, embora não provas, de que há vida lá fora.
Pesquisadores do Observatório de Genebra disseram que o planeta mais novo encontrado está perto demais de seu próprio sol para suportar vida. Mas estudos anteriores sugeriram que quando se descobre um planeta orbitando um sol, costumam haver outros no mesmo sistema.Astrônomos rivais agora devem começar a vasculhar Alfa Centauro em busca de mais planetas, possivelmente na zona habitável ao redor de suas estrelas.
Novos olhos e ouvidos
Os olhos e ouvidos tecnológicos que os cientistas têm à sua disposição estão prestes a dar um salto adiante, ampliando e aprofundando suas buscas. Salvo uma descoberta surpreendente de micróbios em Marte, veremos a vida alienígena bem antes de sermos capazes de tocá-la.

"Acho realista esperar ser capaz de inferir em poucas décadas se um planeta como a Terra tem oxigênio/ozônio em sua atmosfera, e se é coberto de vegetação", disse Martin Rees, Astrônomo Real da Grã-Bretanha, à Reuters.
A próxima década verá dois telescópios recordistas entrarem em ação; o Square Kilometre Array (SKA), um enorme telescópio por rádio situado na África do Sul e na Austrália, e o Extremely Large Telescope da Europa (E-ELT), que ficará no topo de uma montanha no deserto do Atacama, no Chile, e será o maior telescópio óptico já construído.
A principal missão deles será investigar as origens e a natureza das galáxias, mas eles também vão procurar por sinais de vida nos planetas que agora só podem ser vistos nos detalhes mais rudimentares. "Acho que as capacidades dos novos telescópios significam que a detecção de um ETI (inteligência extraterrestre) é mais provável nas próximas décadas do que foi na última", disse Mike Garrett, diretor-geral da Astron, o Instituto Holandês para aRádio Astronomia.
Com um espelho com um diâmetro de quase 400 metros, o E-ELT será capaz de revelar planetas orbitando outras estrelas e vai produzir imagens que são 16 vezes mais distintas que as produzidas pelo Telescópio Espacial Hubble.
Quando completado em 2024, o SKA vai incluir 3 mil discos, cada um com 15 metros de largura, além de várias outras antenas que, juntas, poderão ver 10 vezes mais longe no universo e detectar sinais que são 10 vezes mais antigos. Entre esses sinais pode haver radiação fornecida por radar militar das cerca de um milhão de estrelas. "Portanto", disse Nichol, "se há civilizações avançadas nos planetas ao redor dessas estrelas, nós poderemos vê-las".
Isobel Hook, uma astrofísica da Universidade Oxford que está trabalhando no E-ELT, disse que o novo telescópio vai aumentar a busca por vida em outras partes. "O ELT também vai nos capacitar a estudar as atmosferas de planetas extra-solares e buscar "biomarcadores" como água, dióxido de carbono e moléculas de oxigênio em sua espectro", disse.
Com o equipamento certo, Hook disse que o ELT pode ser capaz de usar a espectroscopia, o estudo dos comprimentos de ondas de luz específicos refletidos em um objeto, para detectar sinais de vegetação em planetas distantes.
Nova teoria
A busca por vida alienígena há muito tempo foi enquadrada no dogma de uma "zona habitável" ao redor de sois distantes que tem a temperatura exata - nem muito quente, nem fria demais - para permitir água líquida, essencial para a vida como a conhecemos. Esta teoria agora está sendo questionada, expandindo a área potencial na qual pode existir vida.
Outras fontes de calor vêm sendo identificadas e os cientistas apresentaram novas ideias radicais sobre as formas de vida depois de estudarem organismos que vivem em algumas das regiões mais inóspitas da Terra. No início deste ano, Xavier Bon ls do Instituto de Planetologia e Astrofísica em Grenoble estimou que poderia haver dezenas de bilhões de planetas rochosos apenas em nossa galáxia com a temperatura certa para suportar vida.[Fonte: Terra]

Rastro do cometa Halley cria chuva de meteoros na madrugada


Imagem em cores falsas mostra meteoro sobre Tullahoma, nos Estados Unidos - Foto: Nasa/Divulgação
Como ocorre nessa época do ano, a Terra passa pelo rastro de um cometa. Os detritos, ao entraram na atmosfera do planeta, causam um espetáculo à parte - a chuva de meteoros oriónidas, que tem seu momento de maior intensidade na madrugada de domingo.
"O pico ocorrerá de sábado para domingo (...) uma coisa interessante é que o cometa cujo rastro causa esse fenômeno é o Halley", afirma o O astrônomo Bruno Mendonça, da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro. O astrônomo diz, contudo, que a chuva deste ano não deve saltar aos olhos - a Nasa afirma que, normalmente, a oriónidas tem cerca de 20 meteoros por hora.
Mendonça explica que esses fenômenos ocorrem todos os anos e, de tempos em tempos (geralmente, de décadas em décadas) passam por uma chuva de maior intensidade, com frequência de vários meteoros por minuto. Mas não é o caso desta oriónidas.
Quem quiser ver o espetáculo, deverá olhar para a constelação de Órion (as famosas "Três Marias" - as estrelas Mintaka, Alnilan e Alnitaka - ficam no centro da constelação) na madrugada. É possível ver a chuva em grandes e iluminadas cidades, mas em locais com pouca iluminação fica mais fácil ver as estrelas cadentes menos intensas. [Fonte: Terra] [

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Planeta descoberto por astrônomos amadores tem 4 sóis


Astrônomos amadores, os americanos Kian Jek e Robert Gagliano, descobriram um planeta localizado a cerca de 5 mil anos luz da Terra, no qual orbita um par de estrelas, as quais tem em sua volta mais outro par de estrelas.
O planeta foi batizado de PH1, em homenagem ao site Planethunters, através do qual voluntários, como os astrônomos amadores responsáveis pela descoberta, buscam mundos situados além do nosso sistema solar, a partir de informações públicas oferecidas pelo telescópio espacial Kepler da Nasa.
De acordo com matéria publicada pelo site da BBC, as chamadas estrelas binárias - sistemas com pares de estrelas - não são raras, embora só tenham sido encontrados alguns poucos planetas que orbitam em torno de duas estrelas. No entanto, entre os já descobertos, nenhum é circulado por outro par de estrelas.
Segundo a matéria, acredita-se que o PH1 seja maior do que Netuno e 6 vezes maior do que a Terra. [Fonte: TB]

Foto: Haven Giguere/Yale/Nasa/Divulgação

domingo, 14 de outubro de 2012

Cientistas detectam água no interior de cristais sobre superfície lunar


Geólogos analisaram amostras da superfície lunar colhidas do satélite pelas missões Apollo. (Foto: iStock)

Londres, 14 out 2012 (EFE).- A superfície da Lua contém cristais com restos de água em seu interior, substância que pode ter chegado até o satélite natural através do vento solar, informou neste domingo a revista científica "Nature Geoscience".
A geóloga Yang Liu e seus colegas da Universidade do Tennessee (EUA) analisaram amostras da superfície lunar colhidas do satélite pelas missões Apollo, a maioria delas pelo astronauta Neil Armstrong, e acharam restos de água em alguns de seus componentes.
"Quando as pessoas pensam em água, sempre imaginam em estado líquido, em rios, lagos ou oceanos. Mas algo que não costumamos reconhecer é que existe uma grande quantidade de água armazenada em minerais", explicou Liu à Agência Efe.
De fato, acrescenta a geóloga, os minerais do manto terrestre contêm, pelo menos, a mesma quantidade de água que um oceano, e algo similar pode acontecer na Lua.
Análises posteriores revelaram algo similar entre estes restos de água e os íons de hidrogênio presentes no vento solar, o que sugere que este vento foi o responsável por transportar íons de hidrogênio até a Lua.
Uma vez ali, estas moléculas ficaram armazenadas em forma de água no interior das amostras analisadas.
O vento solar contém uma grande quantidade destes íons, que não chegam a tocar a Terra porque a atmosfera e o campo magnético terrestre o impedem, mas no caso da Lua não há nada que proteja sua superfície, por isso que o vento solar impacta continuamente contra ela.
"Nos últimos anos, fomos testemunhas de uma mudança de paradigma em nossa visão 'sem água' da Lua", afirmou Liu.
Segundo a investigadora, cada cristal analisado conteria entre 200 e 300 partes por milhão de água e hidroxilo - uma molécula que se obtém ao diminuir um átomo de hidrogênio à água.
O achado permitiu aos cientistas conhecerem uma nova fonte na qual os planetas do interior do Sistema Solar (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) e seus satélites poderiam obter água.
Liu e seus colegas defendem que um mecanismo similar a este poderia acontecer em outros corpos sobre cujas superfícies o vento solar incide, como Mercúrio ou o asteroide Vesta.
"O bombardeio do vento solar é um processo constante. Na atualidade, necessitamos reconsiderar nosso conceito de presença de água em novos lugares do Sistema Solar", argumentou Liu. EFE [Fonte: Yahoo]

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Buraco negro da Via Láctea engolirá enorme nuvem espacial



20 anos observando o buraco negro no centro de nossa galáxia, e o astrofísico Stefan Gillessen, do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre, em Munique, Alemanha, só viu duas estrelas se aproximando do buraco negro em Sagitário A* (“sagitário a-estrela”), e mesmo assim elas escaparam ilesas, mas parece que desta vez será diferente.
Nos sete anos que tem observado esta nuvem de gás, que é gigantesca, se aproximando do buraco negro, Stefan notou que a velocidade dela dobrou. A nuvem já começou a apresentar deformações causadas pelas forças de maré da imensa gravidade do buraco negro, que tem massa equivalente a quatro milhões de sóis.
O buraco negro parece que gosta de pratos italianos, por que a nuvem de gás vai ser espichada como um espaguete antes de ser devorada. Acredita-se que a nuvem aqueça e comece a brilhar na faixa dos raios-X, o que vai fazer com que ela seja visível da Terra.
O centro da nossa galáxia está escondido de nós nuvens de gás e poeira, o que faz com que só consigamos observar alguma coisa usando telescópios que trabalham na faixa do raio-X, rádio e infravermelho. Além deste problema, tem a própria natureza dos buracos negros: eles não deixam escapar nenhuma luz, então só podem ser observados indiretamente. Mais precisamente, pelo que “comem”: gases, poeira, asteroides, planetas e estrelas brilham na faixa do raio-X antes de serem devorados. Examinando os flashes de raio-X, os astrônomos são capazes de averiguar como anda a dieta do buraco negro, se ele está se alimentando bem ou se está passando fome, caso do buraco negro central da nossa galáxia.
Acredita-se que a nuvem se aproximará a uma distância de “apenas” 36 horas-luz de distância do buraco negro, cerca de 40 bilhões de quilômetros, no meio do ano de 2013, quando deve começar o “lanche”. E a nuvem parece que está com pressa: já está na velocidade de 8 milhões de km/h. Vai ser uma oportunidade fantástica para os astrônomos observarem o que acontece quando alguma coisa cai num buraco negro.[LiveScience]

Buraco negro é descoberto na Via Láctea



Um novo buraco negro foi descoberto na Via Láctea. Batizado de Swift J1745-26, ele brilhou na faixa do raio-X duas vezes na manhã de 16 de setembro, e mais uma vez no dia seguinte, e foi o suficiente para ser encontrado.
No dia 18, o brilho do buraco aumentou, chegando ao pico. Foi equivalente ao da famosa Nebulosa do Caranguejo, considerada uma das mais brilhantes fontes de energia, e usada para calibração de observatórios de alta-energia. Ela continua brilhando, e embora seu brilho tenha diminuído do seu auge, ainda está 30 vezes mais brilhante do que quando foi descoberta.
Os disparos de raio-X foram ocasionados por matéria caindo no buraco negro. Pouco antes de atravessar o horizonte de eventos, a matéria estava tão quente que, por instantes, brilhou na faixa do raio-X.
Os astrônomos agora querem medir a massa do objeto, e confirmar se é realmente um buraco negro, já que ainda há a possibilidade de ser uma estrela de nêutrons.
A origem da matéria é uma estrela vizinha – o buraco negro faz parte de um sistema binário. Ela vai se acumulando em um disco em torno do buraco negro para entrar dentro dele de uma só vez, em vez de cair lentamente com o tempo, produzindo um brilho contínuo de raio-X.
Não se sabe ao certo a distância em que se encontra o buraco negro. Estimativas variam de 20.000 a 30.000 anos-luz, e a posição é na constelação Sagitário, a mesma que abriga o buraco negro do centro da nossa galáxia. Na verdade, sua direção é possivelmente poucos graus distante da posição do buraco negro central.
A matéria que está brilhando e a estrela vizinha não são visíveis a partir da Terra porque nuvens de gás e poeira escondem a estrela, impedindo que seja vista daqui na faixa da luz visível, embora seja visível no infravermelho e rádio. Provavelmente, a companheira do buraco negro é uma estrela como o nosso sol.[Science Daily]

Estrela torna buraco negro visível na Terra



Só há uma maneira dos buracos negros se tornarem visíveis, sendo possível captar imagens do fenômeno aqui na Terra. Isso acontece quando uma matéria, como uma estrela, é puxada para dentro dele.
Eventos como esses são incrivelmente raros, mas um deles aconteceu recentemente. Astrônomos descobriram uma explosão cósmica que aconteceu quando uma estrela se aproximou de um buraco negro e foi sugada por suas gigantescas forças gravitacionais.
A explosão de energia é ainda visível por telescópio, mesmo dois meses e meio depois do acontecimento. A descoberta do fato só foi possível porque a nave espacial Swift varre o céu constantemente em busca de flashes de radiação.
Os buracos negros residem na região central da maioria das grandes galáxias. Alguns deles são cercados por matéria na forma de gases, e a luz é emitida quando eles são arrastados para dentro do buraco. Entretanto, a maioria das galáxias é desprovida de gás, portanto, esses buracos negros ficam invisíveis a Terra.
Quando uma estrela é puxada para dentro de um buraco negro, ela libera radiação que normalmente é visível na Terra por aproximadamente um mês. As explosões desse tipo – rápidas, únicas e com grande energia – geralmente indicam a implosão de uma estrela já envelhecida. [BBC]

Nosso universo pode estar dentro de um “Buraco de Minhoca”, que estaria dentro de um Buraco Negro



Você acha que as teorias dos astrofísicos são malucas? Espere até ler essa: um físico está tentando provar que nosso Universo fica no interior de um “buraco de minhoca” e esse buraco de minhoca estaria em um buraco negro que, por sua vez, faria parte de um Universo muito maior.
E o pior é que a teoria do sujeito, chamado Nikodem Poplawski (não, não estamos brincando) até faz sentido. Usando um sistema euclidiano chamado de coordenadas isotrópicas, ele descreveu o campo gravitacional de um buraco negro para fazer um modelo de movimento radial geodésico de partículas massivas em um buraco negro.
Estudando o movimento radial em dois tipos de buracos negros – Schwarzchild e Einstein-Rosen (as duas soluções matematicamente aceitáveis pela relatividade) – e aceitando que apenas experimentação ou observação podem revelar o comportamento de uma partícula em um buraco negro, Poplawski diz que, como só podemos ver o exterior de um buraco negro o interior pode ser apenas visto se um observador adentrar no buraco negro.
“Essa condição seria satisfeita se nosso universo estivesse no interior de um buraco negro que, por sua vez, estaria dentro de um universo ainda maior” diz Poplawski.
A teoria dele é que o buraco negro seria conectado por uma ponte Einstein-Rosen (conhecida como Buraco de Minhoca) a um buraco branco – o reverso do buraco negro. Cada ponte teria um universo, como o nosso, residindo nela.
Logo, a conclusão de Poplawski é que o nosso universo pode estar
dentro de um buraco negro. O modelo pensado por ele explicaria, até mesmo, o fenômeno conhecido por expansão cósmica. [Fonte: hypescience - Fonte: LiveScience]

Astrônomos descobrem planeta de diamante duas vezes maior do que a Terra



Desenho criado pela Nasa ilustra como é o planeta de diamante, envolto por uma atmosfera laranja e quente, e a estrela em sua órbita
Astrônomos descobriram um planeta duas vezes maior do que a Terra, composto na maior parte de diamante, orbitando uma estrela que é visível a olho nu.
O planeta rochoso, chamado "55 Cancri e", orbita uma estrela como o sol a 40 anos-luz de distância na constelação de Câncer, movimentando-se tão rápido que um ano lá dura apenas 18 horas.
Descoberto por uma equipe de pesquisa franco-americana, o planeta tem raio duas vezes maior que o da Terra, mas é muito mais denso, com uma massa oito vezes maior. Também é incrivelmente quente, com temperaturas em sua superfície atingindo 1.648 graus Celsius.


Nikku Madhusudhan, pesquisador de Yale, cujas conclusões deverão ser publicadas no Letters Astrophysical Journal, disse à imprensa:

— A superfície deste planeta é provavelmente coberta de grafite e diamante em vez de água e granito.
O estudo, feito com Olivier Mousis do Institut de Recherche en Astrophysique et Planetologie em Toulose, na França, estima que pelo menos um terço da massa do planeta, o equivalente a cerca de três massas terrestres, poderia ser de diamante.
Planetas-diamante já foram vistos antes, mas esta é a primeira vez que um foi localizado orbitando em torno de uma estrela parecida com o Sol e estudado em tantos detalhes.
— Este é o nosso primeiro vislumbre de um mundo rochoso, com uma química fundamentalmente diferente da Terra.
Madhusudhan acrescentou que a descoberta do planeta rico em carbono significa que não se pode mais acreditar que planetas rochosos mais distantes teriam componentes químicos, interiores, ambientes ou biologia semelhantes à Terra.
O astrônomo David Spergel, da Universidade de Princeton, disse que é relativamente fácil desenvolver a estrutura básica e histórica de uma estrela, uma vez que se descobre sua massa e idade.
— Os planetas são muito mais complexos. Esta "super-Terra cheia de diamantes" é provavelmente apenas um exemplo dos ricos conjuntos de descobertas que nos esperam, à medida que começamos a explorar planetas em torno de estrelas próximas. [Fonte: R7]

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Novo telescópio surpreende cientistas ao achar espiral no espaço


Registro das antenas do Alma mostram uma espiral ao redor da gigante vermelha R Sculptoris. Essa estrutura nunca havia sido registrada. Ao redor dela, é possível ver uma concha (que aparece na imagem como um anel) de poeira e gás - Foto: Alma (ESO/NAOJ/NRAO)/Divulgação

Astrônomos anunciaram nesta quarta-feira a descoberta de uma estrutura inesperada formada pelo gás ao redor da estrela gigante vermelha R Sculptoris. Os pesquisadores, ao utilizaram o telescópio Alma, do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), no Chile, acreditam que a espiral de gás foi criada por uma estrela companheira da gigante vermelha.
"Já tínhamos visto anteriormente conchas em torno de estrelas deste tipo, mas esta é a primeira vez que vemos uma espiral de matéria saindo da estrela, juntamente com a concha circundante," diz Matthias Maercker, do ESO e da Universidade de Bonn, na Alemanha. Maercker é o principal autor de um artigo que descreve o achado e que será publicado na Nature.
Estrelas desse tipo ejetam uma grande quantidade de matéria (gás e pó) que vão servir para a formação de novas estrelas, sistemas planetários e, possivelmente, vida. O Alma é um telescópio novo e é considerado o mais poderoso para o registro de ondas milimétricas e submilimétricas do planeta. O ESO afirma que, nos primeiros registros da estrela, ele já conseguiu mostrar sua capacidade ao registrar um concha de matéria que fica ao redor da espiral de R Sculptoris.
"Quando observamos a estrela com o Alma, nem metade das antenas estava ainda operacional. É realmente excitante imaginar o que a rede Alma completa conseguirá observar quando estiver terminada em 2013", acrescenta Wouter Vlemmings (Universidade de Tecnologia Chalmers, Suécia), coautor do estudo.
As gigantes vermelhas são estrelas que estão no final de sua vida (nem todas acabam assim, existem as supernovas, por exemplo) e, periodicamente (entre 10 mil e 50 mil anos), elas sofrem pulsações térmicas devido a explosões de hélio na concha que envolve o núcleo estelar. Esse fenômeno resulta na ejeção de material que forma a grande concha de gás e poeira ao redor dela. Após a pulsação, que dura centenas de anos, ela continua a ejetar material, mas com menor intensidade.
As observações indicam que R Sculptoris teve uma pulsação há cerca de 1,8 mil anos e que durou cerca de 200 anos. Foi a ação gravitacional de uma estrela companheira, que orbita a gigante vermelha, que teria moldado a ejeção de material em uma forma de espiral.
"Num futuro próximo, observações de estrelas como R Sculptoris pelo Alma nos ajudarão a compreender como é que os elementos de que somos constituídos chegaram a locais como a Terra, e também nos fornecerão pistas de como é que o futuro longínquo da nossa própria estrela poderá ser," conclui Matthias Maercker. [Fonte: Terra]

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Expansão do Universo é medida com precisão inédita

A famosa "escada de distâncias cósmicas", usada para medir a taxa de expansão do Universo, é formada por uma série de estrelas e outros corpos celestes com distâncias conhecidas.[Imagem: NASA/JPL-Caltech]

Expansão e aceleração da expansão
Usando o Telescópio Espacial Spitzer, astrônomos fizeram a medição mais precisa já realizada da constante de Hubble.
O número indica a velocidade com que o Universo está se expandindo.
A constante de Hubble homenageia o astrônomo Edwin Hubble, que confirmou os dados do seu colega Georges Lemaitre, que foi quem descobriu que o Universo tem-se expandido desde sua origem. 
No final dos anos 1990, astrônomos descobriram que esta é apenas metade da história: além de estar se expandindo, a expansão do Universo está se acelerando. Esta descoberta rendeu o Prêmio Nobel de Física de 2011.
A determinação da taxa de expansão é fundamental para a compreensão da idade e do tamanho do Universo.
Constante de Hubble
Ao contrário do Telescópio Espacial Hubble, que vê o cosmos em luz visível, o Spitzer enxerga a radiação infravermelha, que foi usada para fazer a nova medição.
Isto melhora por um fator de 3 o estudo pioneiro feito pelo Hubble, trazendo a incerteza para 3%, um salto enorme de precisão para medições cosmológicas.
O novo valor apurado para a constante de Hubble é 74,3 mais ou menos 2,1 quilômetros por segundo por megaparsec - 1 megaparsec equivale a 3,26 milhões de anos-luz.
O valor anterior da constante de Hubble era de 72 quilômetros por segundo por megaparsec, com incerteza de 10%.
Além disso, os resultados foram combinados com dados publicados pela sonda espacial WMAP para obter uma medição independente da energia escura, um dos maiores mistérios do cosmos.
A teoria mais aceita atualmente estabelece que a energia escura está vencendo a batalha contra a gravidade, esticando o tecido do Universo. [Fonte: Inovação Tecnológica]
Bibliografia:


Carnegie Hubble Program: A mid-infrared calibration of the Hubble constant
Wendy L. Freedman, Barry F. Madore, Victoria Scowcroft, Chris Burns, Andy Monson, S. Eric Persson, Mark Seibert, Jane Rigby
The Astrophysical Journal
Vol.: 758, N.1
DOI: 10.1088/0004-637X/758/1/24

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Estrela que está morrendo é observada por telescópios nos EUA


Uma estrela anã branca que está morrendo foi detectada em uma imagem combinada dos telescópios Spitzer e Wise, da agência espacial americana (Nasa), e Galaxy Evolution Explorer (Galex), do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), em Pasadena.
O astro, chamado Nebulosa da Hélice ou NGC 7293, expele material cósmico e, em enquanto sua vida termina, tem um brilho potencializado pela intensa radiação ultravioleta do núcleo. O objeto fica a 650 anos-luz da Terra, na Constelação de Aquário.
Os dados infravermelhos do Spitzer aparecem, na foto abaixo, em verde e vermelho na parte central; os do Wise estão em verde e vermelho nas áreas externas; e as informações ultravioleta do Galex são observadas em azul.
O brilhante círculo roxo no centro da imagem é uma combinação de registros do disco de poeira que circula a anã branca. Esse pó foi provavelmente lançado por cometas que sobreviveram à morte de sua estrela original.
A Nebulosa da Hélice é um exemplo típico de nebulosas planetárias, que foram descobertas no século 18 e batizadas assim de forma incorreta, por sua semelhança com planetas gasosos gigantes. Esses corpos celestes são, na verdade, restos de estrelas que um dia se pareceram com o nosso Sol.
Ao longo da vida, astros como esse transformam gás hidrogênio em hélio, em reações de fusão nuclear dentro deles. Esse processo é o mesmo que nos fornece a luz e o calor necessários para a vida na Terra, por exemplo. Assim como a Nebulosa da Hélice, o Sol também deve "agonizar" como uma nebulosa planetária, quando morrer após 5 bilhões de anos.
Assim que o combustível de hidrogênio necessário para a reação se esgota, a estrela usa apenas o hélio como fonte de combustível, queimando-o em uma mistura de carbono, nitrogênio e oxigênio.
Finalmente, o hélio também se esgota e a estrela morre, desprendendo suas camadas gasosas externas. Sobra apenas o núcleo pequeno, denso e quente, chamado de anã branca, que tem mais ou menos o tamanho da Terra, mas uma massa próxima ao da estrela original.
Antes de essa estrela morrer, seus cometas e possivelmente planetas teriam estado em sua órbita de forma ordenada. Quando ela deixou de queimar hidrogênio e explodiu suas camadas exteriores, corpos celestes gelados e planetas externos teriam sido jogados uns contra os outros, levantando uma tempestade de poeira cósmica. Qualquer outro planeta dentro do sistema também teria sido queimado ou engolido durante a evolução do astro. [Fonte: G1]
Nebulosa da Hélice é uma estrela que atravessa o último estágio de sua vida (Foto: Nasa/JPL-Caltech)


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Nasa ensinará a montar veículo espacial em projeto da Skype


Em comemoração ao Dia do Professor na segunda-feira, dia 15 de outubro, a Skype está adicionando organizações ao projeto Skype in the Classroom: a Rede Aprendizagem Digital da Nasa, o Museu Nacional da Marinha Real Britânica e HMS Victory, o British Council , o Woodland Trust, a VerbalizeIt, a Action Aid, a Education through Expedition e a Choose2Matter. O Centro de Aprendizado Digital da agência espacial americana, por exemplo, contará com projetos nos quais os alunos poderão aprender a preparar um veículo espacial para decolagem, ajudar os cientistas e engenheiros a explorar os princípios básicos da matéria e desenhar seu próprio distintivo de missão espacial. As turmas participantes também poderão descobrir como é viver e trabalhar no espaço e serão apresentadas a noções básicas de robótica.
Claire Jordan, diretora de Aprendizado do Museu Nacional da Marinha Real Britânica e HMS Victory , disse que "o Skype oferece uma maneira brilhante de fazer contato com as escolas de todo o mundo, que de outra forma não saberiam que nós oferecemos oficinas superinteressantes". "O alcance da Marinha Real é global e há um interesse genuíno por sua história em todo o mundo. No entanto, apesar desse interesse, as restrições geográficas significam que a grande maioria das escolas (mesmo aquelas na Grã-Bretanha) nunca teriam a chance de realmente nos visitar. Ser capaz de levar as nossas coleções a mais pessoas e dar a oportunidade de aprender sobre o Museu Nacional da Marinha Real e HMS Victory via Skype é incrível".
As novas organizações reunirão mais de 38 mil professores que já trabalham juntos em 2 mil projetos educacionais globais já em andamento. Os professores podem tirar proveito desses recursos valiosos ao se inscrever gratuitamente no site do Skype in the Classroom (em inglês). Uma vez cadastrados, os educadores podem explorar os espaços de colaboração do Skype in the Classroom, acessar uma variedade de conteúdos dessas organizações, aprender sobre novas e interessantes formas de utilizar as chamadas com vídeo do Skype nas suas escolas e conectar seus alunos com uma seleção global de especialistas convidados. [Fonte: Terra]

Estrela que orbita buraco negro pode testar teoria de Einstein


Aglomerado estelar M22, formado por milhões de estrelas, contém pelo menos dois buracos negros | Foto: Divulgação
Cientistas dos Estados Unidos, Canadá e Espanha anunciaram nesta quinta-feira a descoberta de uma estrela que orbita o buraco negro no centro da Via Láctea a uma distância recorde. Segundo os pesquisadores, o objeto demora "apenas" 11,5 anos para dar uma volta ao redor do buraco negro - para se ter ideia, é apenas a segunda estrela conhecida com uma órbita menor que 20 anos - a maioria leva mais de seis décadas. O estudo foi divulgado na revista especializada Science.
Os cientistas nomearam a nova estrela de S0-102. Antes dela, a estrela de menor órbita conhecida (16 anos) era a S0-2. Esses dois objetos podem ajudar agora os pesquisadores a testar uma das mais bem sucedidas teorias da ciência.
"O teste da Teoria Geral da Relatividade de (Albert) Einstein é o próximo objetivo", afirma o artigo. Segundo os pesquisadores, as previsões do físico alemão passaram nos experimentos realizados no Sistema Solar, mas nunca foram testadas em um objeto de massa tão grande quanto um buraco negro supermassivo.
"O potencial gravitacional da região onde S0-102 e S0-2 estão é duas ordens de magnitude maior que os testes de gravidade anteriores, como os testes no Sistema Solar ou do pulsar binário de Hulse-Taylor", diz ao Terra Andrea Ghez, cientista da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e autora do estudo. Ela explica que dois experimentos podem ser realizados.
"Estes dois testes poderão ser feitos com as duas estrelas de curto período ao redor do buraco negro central: nós poderemos testar o desvio gravitacional para o vermelho impresso na luz emitida por uma estrela que está dentro da região do buraco negro. O desvio para o vermelho testa o princípio da equivalência de Einstein, segundo o qual, a massa gravitacional e inercial são iguais", diz a pesquisadora.
O desvio gravitacional para o vermelho ocorre quando a luz, ao deixar um campo gravitacional forte, perde energia e, portanto comprimento de onda -, a onda, portanto, desvia para o vermelho, que tem menos energia (não se deve confundir com o efeito Doppler, que ocorre devido ao movimento). Já o princípio da equivalência diz que não conseguimos distinguir - sem um referencial - entre o efeito da gravidade e de um objeto em aceleração. Por exemplo, em um foguete sem janelas, não saberíamos dizer se estamos parados no chão ou acelerando a uma velocidade equivalente (cerca de 9,8 m/s²). Ou seja, não há distinção entre a massa gravitacional e a inercial (aquela do foguete).
"O redshift (desvio para o vermelho) gravitacional também é uma consequência direta deste princípio da equivalência. Como o campo gravitacional nas vizinhanças do buraco negro é muito intenso, as observações dos corpos presentes nessas regiões podem fornecer informações sobre o fenômeno em um regime que ainda não foi testado. Essa é a grande importância desse estudo", explica Gustavo Rojas, professor da Universidade Federal de São Carlos (UFScar) e representante no Brasil do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês).
No outro teste, os pesquisadores pretendem estudar o momento de maior aproximação dessas estrelas ao buraco negro (periapse), "o que leva a um desvio da órbita para uma elipse perfeita. Isso vai testar a forma quantitativa da teoria, isto é, as equações de Einstein."
"Um dos primeiros testes bem sucedidos da Teoria da Relatividade Geral foi explicar a precessão do periélio (ponto de maior aproximação do Sol) de Mercúrio - a mudança da posição do periélio ao longo do tempo, que a mecânica newtoniana não conseguia prever com precisão. A precessão da periapse é mais acentuada quando há um objeto muito massivo envolvido, o que é o caso de um buraco negro. Novamente, as observações destas estrelas são importantes, pois fornecem informações desse fenômeno em um campo gravitacional muito intenso, constituindo um teste adicional da teoria em um regime gravitacional extremo", explica Rojas, que não tem relação com o estudo.
Contudo, esses testes não devem ocorrer tão cedo. Segundo a pesquisadora, o primeiro deles deve acontecer somente em 2018, quando S0-2 chega ao ponto mais próximo do buraco negro. Para o outro, contudo, ainda não há tecnologia suficiente. "Nós teremos que aguardar a próxima geração de telescópios ópticos, como o Telescópio de Trinta Metros (previsto para ser concluído na próxima década), para conseguir a precisão necessária."
Contudo, mesmo que demore alguns anos, os pesquisadores já se mostram excitados com a possibilidade. "Ambos vão explorar regiões ainda não testadas da Teoria Geral da Relatividade", afirma Andrea.[Fonte: Terra]

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