sexta-feira, 17 de abril de 2009

"Mão Cósmica"...


Novas fotografias liberadas pela Nasa mostram uma “mão cósmica”, muito parecida com uma mão humana, enorme, procurando tocar o espaço como se estivesse tentando alcança-lo. A imagem foi capturada pelo telescópio da Nasa localizado no observatório de Chandra, e mostra uma nebulosa de 150 anos-luz de comprimento, ou seja, 142.000.000.000.000.000 km, ou seja, a maior mão do universo. Os dedos fantasmagóricos e azuis são, de acordo com a agência, causados por um “pulsar”, uma estrela muito rápida, que libera energia e matéria pelo espaço, causando formações como essa mão. O nome dessa pulsar em particular é PSR B1509-58.

(Fonte: Hypescience)

Astrônomos encontram nebulosa em forma de DNA

Astrônomos usando o telescópio espacial Spitzer observaram uma nebulosa surpreendente que tem o formato de uma hélice dupla, próxima ao centro da Via Láctea. Eles estimam que a nebulosa tenha cerca de 80 anos-luz de comprimento e esteja situada a 300 anos-luz do grande buraco negro que fica no meio da galáxia.

A nebulosa em forma de DNA impressionou os astrônomos envolvidos. "Nós nunca vimos nada como isso no domínio cósmico. A maioria das nebulosas são galáxias em espiral cheias de estrelas ou conglomerados amorfos de poeira e gás. O que nós vemos indica um alto grau de ordem", disse Mark Morris, professor de astronomia da UCLA e autor do estudo.

Morris acha que o campo magnético do centro da Via Láctea seja o responsável pelo intrigante formato da nebulosa. Esse campo - que é cerca de mil vezes mais fraco que o do Sol - ocupa um volume tão grande de espaço que possui muito mais energia que o campo magnético do Sol. Morris acredita que todas as galáxias que têm um centro galáctico bastante concentrado também devem ter um forte campo magnético.

O que exatamente criou a onda de torção ainda é um mistério, mas Morris não acredita que o grande buraco negro no centro da galáxia seja o culpado. Orbitando o buraco negro, a muitos anos luz de distância, está um disco massivo de gás que Morris levantou a hipótese de estar ancorando as linhas de campo magnético. O disco passa pela órbita do buraco negro aproximadamente uma vez a cada dez mil anos. "Uma vez a cada dez mil anos é exatamente o que precisamos para explicar a torção das linhas de campo magnético que vemos da nebulosa", disse Morris.

O artigo de Morris foi publicado na revista Nature.

(Fonte: Estadão)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

100 Horas de Astronomia (100HA)

A celebração do Ano Internacional da Astronomia 2009 tem como um de seus programas globais o evento 100 Horas de Astronomia (100HA), que consiste em atividades de divulgação entre hoje e domingo, 2 e 5 de abril. Setenta e nove países já divulgaram sua programação, contando mais de 1500 atividades. Espera-se que 1 milhão de pessoas participem dos eventos. Para uma visão mais detalhada, visite o site http://www.100hoursofastronomy.org

É muito interessante ver que o Brasil está no honroso segundo lugar, com 180 atividades, comparado com os EUA, em primeiro lugar, com 400 atividades, e a Nova Zelândia, em terceiro, com 67. Esses números são do dia 1° de abril e crescem continuamente, dado o vício brasileiro de anunciar tudo na última hora. Para visualizar atividades em todo o mundo, use este link. Ele abre um mapa, como o que está ao lado, e, clicando em cima de cada bandeira, você acessa o mapa de cada país. Detalhes de cada evento no Brasil, como horário, endereço etc., podem ser acessados no site http://www.astronomia2009.org.br, clicando no link “Eventos”.

A amplitude das 100 Horas de Astronomia se deve principalmente ao entusiasmo dos astrônomos amadores. Esse tipo de atividade é feita fora das academias, por cidadãos autodidatas que custeiam seus próprios meios de observação. Na Europa, essa atividade remonta há séculos, logo depois da invenção do telescópio. Muitos astrônomos amadores fizeram contribuições elevantes para a ciência astronômica, o que não tem paralelo em outros ramos do conhecimento.

Mas, como interpretar esse surpreendente desempenho do Brasil, um país com tradição de cultura científica tão pobre e incipiente? Quantos grupos de amadores existem? Ao iniciarmos, em 2007, a preparação do Ano Internacional da Astronomia, esperávamos encontrar 30-40 clubes amadores no Brasil. Cadastramos 125! Um número comparável ao da França ou Inglaterra, que são os países de maior tradição na área. Isso é difícil de explicar devido a fatores adversos no Brasil como: pobreza de cultura científica, falta de instrumentos de observação no mercado local e alto custo dos importados, reduzido número de noites de céu limpo. O brilhante desempenho da astronomia profissional brasileira, que vem crescendo 15% ao ano sem parar ao longo de 3 décadas, tem tido uma excelente receptividade pública. Entretanto, isso sozinho não explica o enorme entusiasmo de nossos cidadãos para os eventos celestes. Fica aqui a sugestão para que alguém estude esse fato.

No âmbito profissional, existe um programa chamado “Volta ao Mundo em 80 Telescópios”. Ele consiste de webcasts (transmissões de vídeo e áudio pela internet) ao vivo a partir dos maiores telescópios em operação: no solo, o Keck, o Gemini, o VLT, o telescópio sul-africano de 11 metros; no espaço, o telescópio espacial Hubble/NASA, os telescópios da ESA (Agência Espacial Européia) em altas energias XMM-Newton e Integral. O programa se inicia amanhã, dia 3, às 9h UT (Universal Time, ou horário de Greenwich, que está três horas à frente do fuso de Brasília) e dura 24 horas seguidas. Os webcasts serão transmitidos pelo popular site www.ustream.tv, que se associou ao 100HA. Além desse site internacional, o próprio site do 100HA estará transmitindo webcasts de todas as partes do mundo.

A idéia é que, a qualquer hora do dia ou da noite, os cidadãos de todo o mundo poderão olhar o céu através de algum telescópio. O Hubble ofereceu uma oportunidade de votação (you decide) para um grupo de 6 alvos e um deles será observado durante as 100HA. No Brasil, o Laboratório Nacional de Astrofísica do Ministério da Ciência e Tecnologia (LNA/MCT) oferecerá um evento de portas abertas no Observatório do Pico dos Dias , em Brazópolis, no sul de Minas Gerais, com visitação pública no dia 4, sábado. A partir das 16h (hora local), haverá transmissão via internet a partir de um de seus telescópios.

Augusto Damineli - Edição Online - 02/04/2009
Revista Pesquisa FAPESP

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