Análise de dados coletados durante vinte anos pelo telescópio Hubble teve o objetivo de resolver o mistério de quantas galáxias é formado o universo
Imagens como essa da foto acima foram captadas pelo Telescópio Espacial Hubble e serviram de base para o estudo (AFP)
Um levantamento feito com dados recolhidos durante duas
décadas pelo telescópio Hubble revelou que o universo abriga 2 trilhões
de galáxias, dez vezes mais do que os astrônomos acreditavam. O estudo,
liderado pelo astrofísico Christopher Conselice, da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, levou quinze anos para ser concluído e será publicado no periódico científico Astrophysical Journal. Segundo
Conselice, 90% dessas galáxias não podem ser observadas da Terra,
restando apenas 10% para ser captado pelos instrumentos. Parte da luz
emitida no espaço pelos objetos distantes ainda não chegou aqui no
planeta.
“A maioria delas tem sinais muito fracos ou estão muito longe. Quem
sabe que propriedades interessantes vamos encontrar quando estudarmos
essas galáxias com a próxima geração de telescópios?” afirmou Conselice,
em nota.
A
quantidade exata de galáxias intriga os cientistas desde a descoberta
de Edwin Hubble. O astrônomo americano detectou que as chamadas
nebulosas eram galáxias fora da Via Láctea e isso poderia fazer o número
aumentar.
Mapa de galáxias
O primeiro passo para encontrar o número foi converter as imagens
captadas pelo Hubble de 2D para 3D. Em seguida, os cientistas fizeram
cálculos para descobrir a densidade das galáxias e o volume das regiões
mapeadas para tentar descobrir quantas galáxias poderiam ser vistas. A
análise cobriu 13 bilhões de anos, época muito próxima ao Big Bang –
momento em que a ciência acredita que o universo teve origem – e
chegou ao número de 2 trilhões. De acordo com os cientistas, no
princípio do universo existiam ainda mais galáxias, cerca de dez vezes
mais.
“Isto é muito surpreendente, pois sabemos que, ao longo dos 13,7
bilhões de anos de evolução cósmica desde o Big Bang, galáxias foram
crescendo através de formação de estrelas e fusões com outras galáxias.
Encontrar mais galáxias no passado implica que a evolução significativa
deve ter ocorrido para reduzir o número de galáxias através de uma
extensa fusão de sistemas”, afirmou Conselice. [Fonte: Veja.com]
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